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Credores privados oferecem perdão de quase 70% na dívida grega

Presidente do Deutsche Bank confirma ampliação do perdão da Grécia

Partenon-acropole-atenas-grecia-20111103-size-598 Atenas: Negociações devem ser definidas nos próximos dias (Orestis Panagiotou/EFE)
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) fez uma oferta para assumir perdas de quase 70% sobre a dívida grega nas negociações sobre a contribuição privada para um socorro ao país, disse o presidente do Deutsche Bank, Josef Ackermann, à emissora de televisão alemã N-TV. "Colocamos sobre a mesa uma oferta muito atraente", disse Ackermann, que também preside o lobby bancário IIF, sobre uma proposta em discussão em Atenas.
O IIF está coordenando uma oferta por parte dos credores do setor privado, conhecida como Iniciativa do Setor Privado (PSI, na sigla em inglês). "Todos precisam fazer uma contribuição", disse Ackermann em entrevista à emissora nesta sexta-feira.
O governo grego negocia com os credores privados um perdão de 100 bilhões de euros, de uma dívida que soma 350 bilhões.
Acordo próximo - A Grécia e o IFF devem chegar a um acordo neste fim de semana, disse em Davos o Comissário Europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn. "Estamos muito perto de fechar o acordo", disse Rehn durante o Fórum Econômico Mundial (WEF), que acontece em Davos (Suíça). "No pior dos cenários, o fecharemos até o final do mês", completou.

Rehn afirmou que a Grécia não gerará perdas a investidores privados, uma vez que os países da zona do euro em dificuldade poderão recorrer ao fundo de resgate criado para enfrentar situações semelhantes. "Precisamos de uma solução sólida para Grécia, uma vez que se trata de um caso especial", disse o funcionário ante um auditório de dirigentes políticos e empresariais. "A participação do setor privado não será solicitada para nenhum outro país da União Europeia", completou.
A Grécia estava "a um passo" de firmar um acordo com os credores privados na última sexta-feira, mas as negociações entraram em um impasse devido à falta de consenso entre os credores, o FMI e o governo grego, declarou uma fonte. "Estávamos discutindo questões técnicas e jurídicas que concordaram em princípio com um cupom médio de 4%, mas o FMI insiste que isso não será suficiente para trazer a dívida (da Grécia) de volta a níveis sustentáveis", disse.
Contribuição ampliada - A edição do jornal britânico Financial Times revelou pressões do FMI para que o Banco Central Europeu (BCE) aceite assumir perdas relativas aos 40 bilhões de euros em títulos da dívida pública grega que possui, ideia a qual o banco europeu é contrário. Lagarde não desmentiu esta informação. "O objetivo que se persegue é o de colocar a Grécia no caminho do saneamento de suas contas públicas e de alcançar a sustentabilidade de sua dívida, que atualmente é muito grande", disse a diretora do FMI.

O FMI almeja que a Grécia atinja a sustentabilidade financeira em 2020, com uma dívida pública de 120% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os 160% atuais. Segundo Lagarde, este esforço recai em três pilares: a participação dos credores privados, um apoio dos credores públicos e um novo programa de ajustes, negociado com o FMI e com a União Europeia (UE). "Quanto mais importante for o esforço dos bancos, menor será a participação do setor público", disse Lagarde, que não quis fixar uma data limite para as atuais negociações entre Grécia e seus credores bancários para o perdão de parte da dívida.

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