União Europeia anuncia embargo ao petróleo do Irã
Países do bloco concordam em vetar exportações e congelar bens do Banco Central iraniano por causa de programa nuclear
A União Europeia (UE) aprovou nesta segunda-feira um embargo às exportações de petróleo do Irã e o congelamento dos bens do Banco Central do país persa, na tentativa de pressionar o governo iraniano a retomar as negociações sobre seu programa nuclear. Em dezembro, o governo dos Estados Unidos também aprovou sanções contra o setor petrolífero iraniano.
As medidas foram acordadas pelos 27 ministros das Relações Exteriores do bloco, durante uma reunião em Bruxelas. O pacote inclui um embargo imediato a novos contratos de importação de petróleo e seus derivados, enquanto contratos já existentes podem continuar até julho.
Leia também:
- Disputa com Irã pode complicar reeleição de Obama
- Irã reforça ameaça de fechar Estreito de Ormuz
- Saiba quais são as principais sanções internacionais contra o Irã
O chanceler britânico, William Hague, disse que o embargo é parte de um pacote de sanções "sem precedentes". "Isso mostra a deteminação da União Europeia e da comunidade internacional nessa questão. É certamente a coisa certa a se fazer", afirmou. "Foi uma decisão importante."
Atualmente, cerca de 20% das exportações de petróleo do Irã têm a União Europeia como destino. Os principais compradores são a Itália, a Espanha e a Grécia. O bloco prometeu ajudar principalmente o governo grego a se adaptar ao embargo.
Segundo diplomatas do bloco, as medidas são parte de uma política de duas vias em relação ao Irã. Por um lado, a UE endurece as sanções para desestimular o programa nuclear iraniano, que, para o Ocidente, busca o desenvolvimento de armas atômicas. Por outro lado, demonstra sua disposição em dialogar com o governo do Irã, que defende o caráter pacífico de seu programa nuclear.
Em nome do grupo dos "5+1" (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, escreveu uma carta ao Irã em 21 de outubro, pedindo a retomada das negociações. O governo iraniano deu sinais de que as conversas vão acontecer, mas, segundo a UE, ainda não respondeu a carta formalmente.
Reações
Um membro da influente Assembleia de Peritos do Irã, o ex-ministro da Inteligência Ali Fallahian, disse que Teerã deveria responder às sanções europeias suspendendo a venda ao bloco imediatamente, negando assim aos europeus tempo para achar outros fornecedores e prejudicando suas economias com o aumento do preço do petróleo.
"A melhor maneira é parar de exportar o petróleo nós mesmos antes do fim dos seis meses e antes da implementação do plano", disse ele, segundo a agência de notícias semioficial Fars. Ele também reiterou que o Irã poderia fechar o Estreito de Ormuz.
Após a aprovação do embargo, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, denunciou as "sanções unilaterais" contra o Irã. "As sanções unilaterais não fazem as coisas avançarem", declarou Lavrov, citado pela agência de notícias Interfax.
"Se o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções coletivas, todos devem respeitar essa decisão sem acrescentar ou tirar nada", continuou.
A Rússia trabalhará para que "todas as partes se abstenham de tomar decisões bruscas e para que as negociações sejam retomadas", disse. O país, que até agora aprovou quatro pacotes de sanções do Conselho de Segurança contra o Irã, divulgou, assim como a China, que seria contra novas sanções.
Por outro lado, o governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que o embargo imposto pela União Europeia é "outro passo firme" para aumentar a pressão sobre Teerã.
Essa medida "é coerente com outras adotados previamente pelos Estados Unidos e com as novas sanções americanas contra o Irã", afirmou a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em um comunicado conjunto.
No mês passado os EUA promulgaram novas sanções contra o Banco Central iraniano e contra sua capacidade de exportar petróleo, mas tem adiado a implementação das sanções por pelo menos seis meses preocupados com o aumento do preço do petróleo em um momento difícil apra a economia mundial.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, também recebeu bem a decisão da União Europeia. Ele afirmou que o embargo é um "passo na direção correta".
Tensão no Golfo Pérsico
O anúncio da UE é feito em meio à crescente tensão entre o Irã e a comunidade internacional.
Em resposta às últimas sanções americanas, o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, uma importante rota marítima para os carregamentos de petróleo. Se levada a cabo, a medida pode significar um aumento no preço do petróleo e impactar a economia mundial, segundo especialistas.
Nesta segunda-feira, o Pentágono afirmou que um porta-aviões dos EUA cruzou o Estreito de Ormuz no domingo e chegou ao Golfo Pérsico.
"O USS Abraham Lincoln completou um trânsito regular e de rotina para realizar operações previstas de segurança marítima", disse o porta-voz do departamento de Defesa, John Kirby. Segundo ele, não houve incidentes.
O porta-aviões, que pode transportar até 80 aviões e helicópteros, foi escoltado pelo cruzador de mísseis USS Cape St. George e por dois destroyers. Mais cedo, o ministério da Defesa do Reino Unido informou que uma fragata britânica e um navio francês se uniram ao grupo do porta-aviões para cruzar o Estreito.
As medidas foram acordadas pelos 27 ministros das Relações Exteriores do bloco, durante uma reunião em Bruxelas. O pacote inclui um embargo imediato a novos contratos de importação de petróleo e seus derivados, enquanto contratos já existentes podem continuar até julho.
Leia também:
- Disputa com Irã pode complicar reeleição de Obama
- Irã reforça ameaça de fechar Estreito de Ormuz
- Saiba quais são as principais sanções internacionais contra o Irã
Foto: AP
O chanceler britânico, William Hague, participa de reunião em Bruxelas, na Bélgica, na qual ministros da UE aprovaram novas sanções contra o Irã
O chanceler britânico, William Hague, disse que o embargo é parte de um pacote de sanções "sem precedentes". "Isso mostra a deteminação da União Europeia e da comunidade internacional nessa questão. É certamente a coisa certa a se fazer", afirmou. "Foi uma decisão importante."
Atualmente, cerca de 20% das exportações de petróleo do Irã têm a União Europeia como destino. Os principais compradores são a Itália, a Espanha e a Grécia. O bloco prometeu ajudar principalmente o governo grego a se adaptar ao embargo.
Segundo diplomatas do bloco, as medidas são parte de uma política de duas vias em relação ao Irã. Por um lado, a UE endurece as sanções para desestimular o programa nuclear iraniano, que, para o Ocidente, busca o desenvolvimento de armas atômicas. Por outro lado, demonstra sua disposição em dialogar com o governo do Irã, que defende o caráter pacífico de seu programa nuclear.
Leia também:
- Irã pode complicar reeleição de Obama
- Rússia: Ação militar contra Irã seria 'catástrofe'
- Irã critica sauditas por 'aumento de produção'
- Adversários aumentam operações sigilosas no Irã
- EUA negam envolvimento em morte de cientista
- Ataque a bomba mata cientista nuclear do Irã
- Irã iniciou enriquecimento de urânio em bunker
- Irã anuncia exercícios militares no Estreito de Ormuz
- Para EUA, sanções 'começam a incomodar' Irã
Reações
Um membro da influente Assembleia de Peritos do Irã, o ex-ministro da Inteligência Ali Fallahian, disse que Teerã deveria responder às sanções europeias suspendendo a venda ao bloco imediatamente, negando assim aos europeus tempo para achar outros fornecedores e prejudicando suas economias com o aumento do preço do petróleo.
"A melhor maneira é parar de exportar o petróleo nós mesmos antes do fim dos seis meses e antes da implementação do plano", disse ele, segundo a agência de notícias semioficial Fars. Ele também reiterou que o Irã poderia fechar o Estreito de Ormuz.
Após a aprovação do embargo, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, denunciou as "sanções unilaterais" contra o Irã. "As sanções unilaterais não fazem as coisas avançarem", declarou Lavrov, citado pela agência de notícias Interfax.
"Se o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções coletivas, todos devem respeitar essa decisão sem acrescentar ou tirar nada", continuou.
A Rússia trabalhará para que "todas as partes se abstenham de tomar decisões bruscas e para que as negociações sejam retomadas", disse. O país, que até agora aprovou quatro pacotes de sanções do Conselho de Segurança contra o Irã, divulgou, assim como a China, que seria contra novas sanções.
Por outro lado, o governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que o embargo imposto pela União Europeia é "outro passo firme" para aumentar a pressão sobre Teerã.
Essa medida "é coerente com outras adotados previamente pelos Estados Unidos e com as novas sanções americanas contra o Irã", afirmou a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em um comunicado conjunto.
No mês passado os EUA promulgaram novas sanções contra o Banco Central iraniano e contra sua capacidade de exportar petróleo, mas tem adiado a implementação das sanções por pelo menos seis meses preocupados com o aumento do preço do petróleo em um momento difícil apra a economia mundial.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, também recebeu bem a decisão da União Europeia. Ele afirmou que o embargo é um "passo na direção correta".
Tensão no Golfo Pérsico
O anúncio da UE é feito em meio à crescente tensão entre o Irã e a comunidade internacional.
Em resposta às últimas sanções americanas, o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, uma importante rota marítima para os carregamentos de petróleo. Se levada a cabo, a medida pode significar um aumento no preço do petróleo e impactar a economia mundial, segundo especialistas.
Nesta segunda-feira, o Pentágono afirmou que um porta-aviões dos EUA cruzou o Estreito de Ormuz no domingo e chegou ao Golfo Pérsico.
"O USS Abraham Lincoln completou um trânsito regular e de rotina para realizar operações previstas de segurança marítima", disse o porta-voz do departamento de Defesa, John Kirby. Segundo ele, não houve incidentes.
O porta-aviões, que pode transportar até 80 aviões e helicópteros, foi escoltado pelo cruzador de mísseis USS Cape St. George e por dois destroyers. Mais cedo, o ministério da Defesa do Reino Unido informou que uma fragata britânica e um navio francês se uniram ao grupo do porta-aviões para cruzar o Estreito.
Comentários
Postar um comentário