Síria declara fim de cessar-fogo de uma semana no país
Tanto militares sírios quanto rebeldes demonstraram intenção de voltar ao campo de batalha. Já há registro de bombardeios no país
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou ser cedo demais para dizer que o cessar-fogo acabou. Em acordo com Kerry, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que só Washington e Moscou podem declarar o fim da trégua, já que são aqueles que a mediaram originalmente. Ainda assim, tanto militares sírios quanto os rebeldes falaram abertamente nesta segunda-feira sobre a intenção voltar ao campo de batalha.
Ao anunciar o fim da trégua de sete dias, o Exército sírio acusou “grupos terroristas”, termo que o governo usa para todos os rebeldes, de explorarem a calma para se rearmarem e de terem violado o cessar-fogo 300 vezes. Além disso, em comunicado, os militares prometeram “continuar a cumprir seus deveres nacionais combatendo o terrorismo, para trazer de volta a segurança e a estabilidade”. Indagado sobre o anúncio do Exército, Kerry disse que os dias de calmaria e a entrega de ajuda humanitária que faziam parte do acordo de trégua ainda não ocorreram.
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“Seria bom se eles [militares sírios] não falassem primeiro com a imprensa, mas com as pessoas que estão realmente negociando isso”, afirmou Kerry. “Mal começamos a ver uma movimentação real de suprimentos humanitários hoje e vamos ver em que pé estamos. Ficaremos contentes de ter uma conversa com eles”. A ajuda foi levada hoje à cidade sitiada de Talbiseh, na província de Homs, pela primeira vez desde julho, informou a Cruz Vermelha. A maior parte do suporte previsto, porém, ainda precisa ser encaminhada. Segundo a ONU, o acesso a muitas áreas sitiadas ainda está sendo dificultado pelos combates, pela insegurança e por atrasos administrativos.
Comboio atacado
Pelo menos doze pessoas morreram nesta segunda-feira em um bombardeio a um comboio de ajuda humanitária que levava comida à região de Urum al Kubra, oeste de Alepo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Não está claro quem foi o responsável pelo ataque. O enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, disse que o episódio é um “ultraje” e que o comboio foi resultado de “um longo processo de preparação para ajudar civis isolados”.(Com Reuters e EFE)
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