Síria declara fim de cessar-fogo de uma semana no país
Tanto militares sírios quanto rebeldes demonstraram intenção de voltar ao campo de batalha. Já há registro de bombardeios no país

Civis caminham por entre escombros após ataque aéreos que atingiram a região de Damasco, na Síria - 25/07/2016 (/Reuters)
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou ser cedo demais para dizer que o cessar-fogo acabou. Em acordo com Kerry, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que só Washington e Moscou podem declarar o fim da trégua, já que são aqueles que a mediaram originalmente. Ainda assim, tanto militares sírios quanto os rebeldes falaram abertamente nesta segunda-feira sobre a intenção voltar ao campo de batalha.
Ao anunciar o fim da trégua de sete dias, o Exército sírio acusou “grupos terroristas”, termo que o governo usa para todos os rebeldes, de explorarem a calma para se rearmarem e de terem violado o cessar-fogo 300 vezes. Além disso, em comunicado, os militares prometeram “continuar a cumprir seus deveres nacionais combatendo o terrorismo, para trazer de volta a segurança e a estabilidade”. Indagado sobre o anúncio do Exército, Kerry disse que os dias de calmaria e a entrega de ajuda humanitária que faziam parte do acordo de trégua ainda não ocorreram.
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“Seria bom se eles [militares sírios] não falassem primeiro com a imprensa, mas com as pessoas que estão realmente negociando isso”, afirmou Kerry. “Mal começamos a ver uma movimentação real de suprimentos humanitários hoje e vamos ver em que pé estamos. Ficaremos contentes de ter uma conversa com eles”. A ajuda foi levada hoje à cidade sitiada de Talbiseh, na província de Homs, pela primeira vez desde julho, informou a Cruz Vermelha. A maior parte do suporte previsto, porém, ainda precisa ser encaminhada. Segundo a ONU, o acesso a muitas áreas sitiadas ainda está sendo dificultado pelos combates, pela insegurança e por atrasos administrativos.
Comboio atacado
Pelo menos doze pessoas morreram nesta segunda-feira em um bombardeio a um comboio de ajuda humanitária que levava comida à região de Urum al Kubra, oeste de Alepo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Não está claro quem foi o responsável pelo ataque. O enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, disse que o episódio é um “ultraje” e que o comboio foi resultado de “um longo processo de preparação para ajudar civis isolados”.(Com Reuters e EFE)
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