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Reação do PT à prisão de Guido Mantega é típica de organização criminosa

Em vez de se indignar com a ilegalidade, petistas transformam tudo numa guerra pelo poder e inventam a tese da disputa eleitoral. É nojento!

Por: Reinaldo Azevedo             
 
 
Re reação do PT e dos petistas à prisão e posterior soltura de Guido Mantega é das coisas mais canalhas que vi nos últimos tempos. Mesmo para os padrões petistas, o troço é asqueroso. E revela a deformação moral dos esquerdistas no geral e desses esquerdistas em particular.
Para essa gente, não existe lei, não conta o Estado de Direito, não há indivíduos. Em certa medida, o partido e a força-tarefa travam uma guerra de consenso: tudo é uma questão de conquistar a opinião pública. E os companheiros estão assustados porque estão perdendo feio. Vamos ver.
Há — eu sei, e sabe qualquer pessoa minimamente informada sobre os pressupostos legais — uma óbvia mácula original na decretação da prisão provisória de Guido Mantega. Ela não encontra respaldo na lei; tecnicamente, é uma aberração. O próprio juiz Sergio Moro o admitiu de modo oblíquo, não?
Pois bem… Qual foi a reação dos petistas? Ora, para eles, tudo não passa de um complô contra o partido. Lula, fingindo que a legenda é hoje um portento eleitoral, chamou a prisão de “Operação Boca de Urna”… É uma piada. Os primeiros a esconder a legenda e seu símbolo na disputa eleitoral são os próprios candidatos do PT.
Dilma Rousseff, com seu particular senso de profundidade e com sua inteligência peculiar, saiu na mesma linha. Outra não foi a reação de Rui Falcão, presidente do PT.
No fim das contas, assistimos a um minueto: PT e força-tarefa estão de acordo que a questão é entrar numa guerra de propaganda, e o Estado de Direito que se dane. Se há ou não legalidade na operação, tanto faz.
A verdade é que os petistas só estão infelizes porque as agressões de agora ao Estado de Direito ferem os seus filiados. Quando a Operação Satiagraha pintava e bordava contra os inimigos do partido, eles aplaudiam os absurdos. Naquele caso, até a imprensa virou alvo. Com o esquecer: o delegado Protógenes se elegeu deputado pelo… PCdoB!!!
Nota: na Satiagraha e agora — e em qualquer caso —, eu estarei do lado do que diz a lei. É simples assim. Não sou petralha às avessas. Eles não são meus interlocutores do “mundo de lá”.
Os que não avançaram por aí resolveram entrar no jogo do vitimização: “Oh, que falta de humanidade! Mantega está enfrentando um drama familiar…”. E daí? José Carlos Bumlai também está. Nem por isso vejo petistas chorando por ele, não é mesmo?
Isso não é reação de quem está indignado com eventuais agressões à legalidade. Isso é reação de uma organização criminosa que pensa, primeiro, nos seus interesses. E, nesse caso, seus próprios membros são peças de um jogo muito maior.
Podem me chamar para aplaudir a lei. Mas não me chamem para aplaudir o maluco que dança no palco da impostura.
Não me peçam para fazer parte dessa comédia — ou tragédia — de erros porque não farei. Repudio as ilegalidades da operação. E repudio a reação da organização criminosa.

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