Meta do déficit primário exige controle muito duro, diz Meirelles
Segundo o ministro, apesar de o país enfrentar a pior recessão de sua história o momento gera uma janela de oportunidades
Publicidade
Ainda que com cautela, o ministro vem cobrando a aprovação das reformas prometidas pelo novo governo. Entre elas, postergadas e sem data definida para entrar na pauta do Congresso Nacional, a PEC do Teto e a reforma da Previdência.
Segundo o ministro, o momento é difícil, com o Brasil enfrentando a pior recessão de sua história, mas também gera uma janela de oportunidades. “É uma janela para promovermos as mudanças que queremos para o Brasil”. De acordo com Meirelles, uma dessas mudanças é a reforma da Previdência, sem a qual seria preciso aumentar a carga tributária em 10% do PIB para cobrir o déficit previsto em 2060.
PEC do teto
O ministro da Fazenda afirmou que as reuniões que tem realizado com parlamentares têm sido muito positivas e que vários partidos já fecharam questão em apoiar a PEC dos gastos, de número 241.“Nós tivemos uma reunião segunda-feira com grande parte dos líderes partidários e o resultado foi bastante positivo, vários partidos fecharam questão na aprovação da PEC e é muito importante que essa mensagem seja levada para a sociedade”, comentou.
O ministro também disse que está muito confiante de que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso.
Leia também:
Governo anuncia retomada do programa Minha Casa Minha Vida
Arrecadação do governo cai 10% e tem pior agosto em sete anos
Juros
Meirelles, afirmou ainda que, com o reequilíbrio das contas públicas, a taxa estrutural de juros deve cair naturalmente no Brasil. “Nossa proposta é de que o Estado deixe de ser um grande absorvedor de poupança da economia, o que vai ajudar em uma redução estrutural da taxa de juros. Eu não estou aqui dizendo que o Banco Central deve ou vai reduzir a Selic, mas a taxa de juros estrutural, a chamada taxa neutra, que permite que o País fique estável e cresça sem inflação, tende a cair sim estruturalmente”, comentou.O cuidado do ministro com o tema ocorre após ele supostamente ter dito para a Bloomberg, durante uma viagem a Nova York na semana passada, que a queda da Selic em dezembro é “altamente provável”. A declaração gerou certo mal estar, já que o próprio Meirelles vinha dizendo que, quando estava no comando do BC, percebeu que ministro da Fazenda dando palpite sobre juros só atrapalha.
(Com Estadão Conteúdo)
Comentários
Postar um comentário