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Quem é Mike Pence, o vice escolhido por Trump?

Ex-congressista pelo Estado de Indiana, Pence é visto como um possível futuro articulador entre o governo do magnata e o Congresso dos Estados Unidos

O nome Mike Pence não é conhecido mesmo entre os eleitores do Partido Republicano. Exceto em Indiana, Estado que Pence é governador desde 2013, pesquisas apontam que ele está longe de ser um político popular entre os americanos. Talvez por isso, Pence foi escolhido por Donald Trump para ser seu parceiro de chapa na campanha pela Casa Branca.
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Fartos cabelos brancos, sorriso afável e uma expressão confiável ajudam-no em sua difícil tarefa de minimizar os danos à campanha causados pelo próprio Trump e sua verborragia aparentemente incontrolável. Autêntico conservador, ex-congressista e governador, Pence é um político profissional escolhido a dedo para suavizar as grosserias e falta de tato do magnata.
Diferente de Trump, Pence evita recorrer a insultos e tem fama de ser uma pessoa afável, muito educada. Ofereceu, por exemplo, seu apoio à reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, que ocupa o mais alto cargo eletivo entre os republicanos, depois do milionário enfurecer muitos líderes partidários por se recusar a fazê-lo.
Ex-congressista, Mike Pence também é visto como um possível futuro articulador entre Trump e o Congresso dos EUA. Foi representante pelo Estado de Indiana entre 2001 e 2013 na Casa e mantém boas ligações desse período em Washington, onde lutou pela disciplina fiscal, um governo federal com menos peso, uma política de defesa forte e leis de imigração restritivas.
Forte defensor da presença da é cristã nas ações públicas — um tema importante entre os eleitores republicanos — Pence, como governador, assinou uma lei muito criticada por permitir que donos de negócios locais se recusem a prestar serviços a homossexuais com base em motivos religiosos. Aprovou outra medida que é considerada uma das leis mais estritas sobre o aborto no país.
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Pence tem grande parte de sua base eleitoral na Igreja Evangélica, um segmento onde o candidato bilionário tem tido dificuldade em conseguir aderência. O governador já descreveu a si mesmo como “cristão, conservador e republicano, nesta ordem”.
Sua política econômica segue à risca a doutrina clássica republicana: aprovou a maior redução de impostos da história de Indiana, impulsionou reduções tributárias para as empresas com o objetivo de atrair investimento e em toda sua vida foi um defensor da disciplina fiscal. A economia também é seu maior ponto de atrito com Trump: como congressista votou a favor de todos os acordos de livre-comércio que foram propostos e apoiou em várias ocasiões a liberação do comércio com a China, uma política que o magnata rejeita explicitamente.
Nas primárias, o governador apoiou o senador ultraconservador Ted Cruz, mas defendeu Trump com fervor na Convenção Nacional Republicana em Cleveland em julho. “Resolvamos aqui e agora que Hillary Clinton nunca se tornará presidente dos EUA”, declarou o companheiro de chapa do magnata, ao ressaltar que a ex-secretária de Estado oferece apenas um terceiro mandato do presidente Barack Obama. “Trump é durão, perseverante. Ele chegou tão longe nos negócios e mesmo assim nunca deu as costas aos homens e mulheres trabalhadores que movimentam este país”, comentou Pence.
O candidato à vice teve de desistir de sua recandidatura a governador de Indiana após aceitar fazer parte da chapa do magnata, já que a lei de Indiana não permite concorrer por um cargo estadual e um federal ao mesmo tempo. No entanto, se Trump perder, pode emergir como possível candidato à Casa Branca em 2020.
De perfil discreto e ainda pouco conhecido em nível nacional, Mike Pence é uma aposta que, sem entusiasmar quase ninguém, parece agradar um pouco a todos, o que já é bastante levando em conta a inédita relação de guerra aberta entre setores tradicionais do Partido Republicano e seu candidato à Presidência.
(Com Reuters e EFE)

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