Rússia anuncia cooperação militar com EUA sobre crise síria
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, advertiu que Washington colocaria fim à cooperação na Síria, a menos que Moscou detivesse os ataques a Alepo
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“Depois de uma conversa por telefone entre o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado, John Kerry, o presidente (Vladimir Putin) encarregou o Ministério das Relações Exteriores e o da Defesa que estejam prontos para continuar trabalhando de maneira conjunta com nossos sócios americanos no tema da Síria”, declarou o alto chefe do Estado-Maior russo, general Viktor Poznijir.
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No telefonema a Lavrov nesta quarta, Kerry advertiu que Washington colocaria fim à cooperação na Síria, a menos que Moscou detivesse os ataques a Alepo. O secretário de Estado citou a criação de um “centro conjunto” de coordenação militar previsto pelo acordo firmado em Genebra entre Rússia e Estados Unidos em 9 de setembro passado, mas que foi pelos ares dez dias depois.
Moscou deveria convencer seu aliado, o presidente sírio, Bashar Assad, a controlar suas forças militares e pôr fim aos bombardeios contra civis, enquanto Washington se comprometeu com persuadir os rebeldes a se afastar do grupo extremista Fateh al-Sham, ex-aliado da Al Qaeda, antes conhecido como Frente Nusra.
Hospitais bombardeados
Nesta quarta-feira, dois hospitais do leste de Alepo foram bombardeados. A organização Médicos Sem Fronteiras informou que os ataques mataram pelo menos dois pacientes e feriram outros dois funcionários. Os ataques da última semana à cidade síria, após o fim do cessar-fogo, já deixaram mais de 400 mortos e centenas de feridos.“Essa é uma guerra dirigida aos trabalhadores sanitários da Síria”, denunciou Ban Ki-moon, lembrando que o Direito Internacional obriga a proteger o pessoal e as instalações médicas. “Os ataques deliberados contra hospitais são crimes de guerra”, acrescentou.
Especialistas afirmam que esses ataques deliberados do governo sírio e seu aliado russo buscam aniquilar as infraestruturas nos setores sitiados. Para Diana Semaan, da Anistia Internacional, esses bombardeios continuam forçando os 250.000 habitantes dos setores rebeldes a fugir para áreas sob controle do governo.
(Com AFP)
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