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Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo viram réus na Lava Jato

Casal agora responderá no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

A senadora Gleisi Hoffmann e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, se tornaram réus nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Segunda Turma da corte decidiu por unanimidade, 5 votos a 0, aceita a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Notabilizada pelas defesas acaloradas que fez da ex-presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment, a petista Gleisi se torna a primeira senadora ré pela Lava Jato no STF.
Gleisi e Bernardo são investigados por suposto recebimento de 1 milhão de reais de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. O dinheiro teria sido usado para abastecer a campanha eleitoral dela em 2010.
Ministro do Planejamento no governo Lula e ministro das Comunicações no governo Dilma, Paulo Bernardo é acusado de ter orquestrado um esquema milionário de desvio de dinheiro no Ministério do Planejamento quando ocupava a pasta. A Consist, uma empresa de São Paulo, foi escolhida para administrar a lista de funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam aos empréstimos consignados, cujas parcelas vêm descontadas automaticamente na folha de pagamento. Quem recorria aos créditos pagava uma taxa de administração — o lucro da empresa. A taxa cobrada dos funcionários e aposentados, claro, era superfaturada. O excedente era dividido, e o PT ficava com 70% de tudo. De acordo com a Polícia Federal, o partido arrecadou mais de 100 milhões de reais em cinco anos com base nesse método.
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A senadora Gleisi Hoffmann foi fisgada pela Lava Jato logo nos primeiros meses da investigação. Os policiais descobriram que ela recebera 1 milhão de reais em propinas desviadas da Petrobras. Dinheiro repassado por doleiros. Era o fio da meada de um escândalo muito maior para o casal mais poderoso da Esplanada. O escritório de advocacia de Curitiba para o qual o dinheiro era desviado gozava da confiança absoluta de Paulo Bernardo e Gleisi — um de seus sócios, Guilherme Gonçalves, era encarregado de defender a senadora em processos na Justiça. Era o álibi perfeito. A Consist fazia de conta que pagava pelos serviços de advocacia e os advogados pagavam as despesas do casal sem deixar rastros. Descobertos, todos entoaram o mesmo mantra. Paulo Bernardo não sabia de nada. Gleisi não sabia de nada. O advogado Guilherme Gonçalves, que também defendeu a ex-presidente Dilma em processos no Tribunal Superior Eleitoral, não sabia de nada.
Mas havia gente que não sabia e tentou descobrir. Acusado de envolvimento no escândalo, um dos sócios da banca, o advogado Sacha Reck, resolveu agir. Pediu a uma empresa independente que fizesse uma auditoria nas contas e nos arquivos do escritório. O resultado surpreendeu. Foi então que ele descobriu aquilo que a Polícia Federal não demoraria a desbaratar: o contrato de serviços jurídicos com a Consist não passava de fachada. Mensagens e planilhas guardadas em pastas secretas registravam o destino final do dinheiro: “Eleitoral — Gleisi”.

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