UE e FMI devem liberar 130 bi à Grécia, mas vão administrar o dinheiro
Em troca da ajuda, Atenas terá de abrir mão de um pedaço de sua soberania econômica
PARIS - A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda negociavam durante a noite de segunda-feira, 20, a liberação do mais caro programa de socorro já concedido a um país europeu desde o Plano Marshall. Cerca de 130 bilhões deverão ser concedidos em empréstimos à Grécia, no segundo plano de resgate em 21 meses. Em troca, contudo, Atenas vai pagar caro: terá de abrir mão de um pedaço de sua soberania econômica para evitar a falência.
Segundo as negociações em curso, o dinheiro só seria liberado a conta gotas, e depositado em uma conta bancária administrada por técnicos da troica (UE, FMI e Banco Central Europeu), em troca do cumprimento dos planos de austeridade aprovados. A hipótese de o depósito ser feito em uma conta "sequestrada" pela União Europeia cresceu ao longo do dia.
Pela manhã, o ministro de Economia da França, François Baroin, confirmou que as negociações para a liberação condicional dos recursos estavam em curso. "É uma conta especial, que permite transferir uma parte do dinheiro para garantir o reembolso aos credores pela Grécia", informou em entrevista à rádio Europe 1. "É uma mensagem de confiança que enviamos: vocês, investidores chineses, coreanos, japoneses, americanos e outros, que preferiram confiar na Grécia ou na zona do euro, serão reembolsados."
Exigências. A ideia da conta bloqueada vinha sendo defendida por países como Alemanha, Holanda, Finlândia e Áustria, cujos ministros demonstraram não confiar nas promessas do governo de Lucas Papademos quanto aos programas de austeridade. "A Grécia deve ser acompanhada no caminho das reformas, para que o dinheiro vá de fato para onde queremos que vá", ponderou a ministra de Finanças da Áustria, Maria Fekter.
Apesar do otimismo que reinava em Bruxelas desde o início da manhã, Jan Kees de Jager, ministro de Finanças da Holanda, deixou claro que a Grécia ainda precisava apresentar garantias de que cumpriria as exigências impostas em troca dos recursos. "A Grécia quer dinheiro e até aqui nós não lhe demos nada. Devemos dizer não até que a Grécia cumpra todas as nossas demandas", pregou.
O mesmo rigor foi defendido pelo ministro de Finanças da Alemanha, Wolgang Schaueble, que não queria apenas o cumprimento das metas. Ele exigia que a negociação entre Atenas e os investidores privados em torno do corte da dívidas de € 100 bilhões seja suficiente para reduzir o endividamento do país a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, contra os atuais 159%.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, defendeu a liberação dos recursos. "A Grécia fez grandes esforços. Agora, devemos continuar a trabalhar para que as medidas sejam implementadas", afirmou.
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Pela manhã, o ministro de Economia da França, François Baroin, confirmou que as negociações para a liberação condicional dos recursos estavam em curso. "É uma conta especial, que permite transferir uma parte do dinheiro para garantir o reembolso aos credores pela Grécia", informou em entrevista à rádio Europe 1. "É uma mensagem de confiança que enviamos: vocês, investidores chineses, coreanos, japoneses, americanos e outros, que preferiram confiar na Grécia ou na zona do euro, serão reembolsados."
Exigências. A ideia da conta bloqueada vinha sendo defendida por países como Alemanha, Holanda, Finlândia e Áustria, cujos ministros demonstraram não confiar nas promessas do governo de Lucas Papademos quanto aos programas de austeridade. "A Grécia deve ser acompanhada no caminho das reformas, para que o dinheiro vá de fato para onde queremos que vá", ponderou a ministra de Finanças da Áustria, Maria Fekter.
Apesar do otimismo que reinava em Bruxelas desde o início da manhã, Jan Kees de Jager, ministro de Finanças da Holanda, deixou claro que a Grécia ainda precisava apresentar garantias de que cumpriria as exigências impostas em troca dos recursos. "A Grécia quer dinheiro e até aqui nós não lhe demos nada. Devemos dizer não até que a Grécia cumpra todas as nossas demandas", pregou.
O mesmo rigor foi defendido pelo ministro de Finanças da Alemanha, Wolgang Schaueble, que não queria apenas o cumprimento das metas. Ele exigia que a negociação entre Atenas e os investidores privados em torno do corte da dívidas de € 100 bilhões seja suficiente para reduzir o endividamento do país a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, contra os atuais 159%.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, defendeu a liberação dos recursos. "A Grécia fez grandes esforços. Agora, devemos continuar a trabalhar para que as medidas sejam implementadas", afirmou.
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