Grécia vota novos ajustes em meio a crescente oposição
Líderes de esquerda pedem aos cidadãos que protestem contra o plano de austeridade, exigido pelo FMI e pela UE como contrapartida a uma ajuda de 130 bilhões de euros.
O Parlamento da Grécia votará nesta quarta-feira (22) uma nova série de ajustes exigidos pela União Europeia e pelo FMI como condição para ter acesso ao segundo resgate, de 130 bilhões de euros, que permitirá ao país evitar a inadimplência.
A votação acontece em meio à crescente oposição dos partidos de extrema esquerda à ingerência da UE no país e a uma queda sem precedentes na popularidade dos dois principais partidos, o conservador Nova Democracia e o socialista Pasok, que se comprometeram a atender as exigências dos credores internacionais.
ProtestosA líder do Partido Comunista, Aleka Papariga, chamou os cidadãos gregos a sair às ruas para protestar contra o plano de austeridade, que considera 'medieval'.
'Desde o primeiro memorando (que estabeleceu as condições para o primeiro resgate grego, em maio de 2010), medidas bárbaras, implementadas para a salvação do país, tornaram miseráveis as vidas de trabalhadores e famílias de baixa renda', disse Papariga.
A Confederação Geral de Trabalhadores Gregos (GSEE) também convocou uma manifestação em Atenas para esta quarta-feira, aumentando o temor de novos episódios violentos como os registrados no domingo passado.
'Os trabalhadores de nosso país se negam a aceitar a barbaridade de duras medidas neoliberais impostas por nossos credores com extorsões', afirmou o GSEE em um comunicado.
Por sua parte, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, reconheceu que os ajustes exigirão 'sacrifícios' da população grega, mas afirmou que a estratégia 'tem como objetivo minimizar o impacto da crise sobre os mais pobres e mais vulneráveis'.
ExigênciasOs sócios europeus temem que uma nova onda de greves e protestos a pouco mais de um mês das eleições, convocadas para abril, prejudique a aprovação das impopulares reformas.
Os deputados gregos têm até o final de fevereiro para aprovar cerca de 80 medidas impostas pela 'troika' - o grupo de negociadores internacionais formados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia - como condição para liberar a primeira parcela do novo resgate.
Entre elas, estão incluídos cortes de mais de 3,3 bilhões de euros nos gastos públicos, a liberalização dos mercados de serviços e de produtos e a flexibilização das leis trabalhistas.
O governo grego também terá de incluir em sua Constituição uma cláusula dando prioridade ao pagamento das dívidas antes de qualquer investimento em serviços públicos e estabelecer uma conta especial, separada de seu orçamento, destinada a esses pagamentos.
Além disso, a economia grega será permanentemente monitorada por uma missão conjunta da 'troika'.
Apesar de todos esses esforços, altos funcionários da UE admitem que Atenas ainda terá de diminuir os salários em outros 15% nos próximos três anos, além dos 30% já reduzidos desde 2009.
Segundo esses funcionários, o desemprego, atualmente em cerca de 20%, só começará a cair em 2014, quando deve chegar a 17%, antes de passar a 15% no ano seguinte.
Isso coincidiria como o fim da recessão na Grécia, depois de quatro anos em que o país acumulará uma contração de mais de 17% no PIB.
A votação acontece em meio à crescente oposição dos partidos de extrema esquerda à ingerência da UE no país e a uma queda sem precedentes na popularidade dos dois principais partidos, o conservador Nova Democracia e o socialista Pasok, que se comprometeram a atender as exigências dos credores internacionais.
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Segundo pesquisa de opinião realizada pela agência GPO entre 16 e 21 de fevereiro, o Nova Democracia teria 19,4% dos votos nas próximas eleições gregas, contra 13,1% do Pasok - em ambos os casos, uma queda de dois pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em dezembro.ProtestosA líder do Partido Comunista, Aleka Papariga, chamou os cidadãos gregos a sair às ruas para protestar contra o plano de austeridade, que considera 'medieval'.
'Desde o primeiro memorando (que estabeleceu as condições para o primeiro resgate grego, em maio de 2010), medidas bárbaras, implementadas para a salvação do país, tornaram miseráveis as vidas de trabalhadores e famílias de baixa renda', disse Papariga.
A Confederação Geral de Trabalhadores Gregos (GSEE) também convocou uma manifestação em Atenas para esta quarta-feira, aumentando o temor de novos episódios violentos como os registrados no domingo passado.
'Os trabalhadores de nosso país se negam a aceitar a barbaridade de duras medidas neoliberais impostas por nossos credores com extorsões', afirmou o GSEE em um comunicado.
Por sua parte, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, reconheceu que os ajustes exigirão 'sacrifícios' da população grega, mas afirmou que a estratégia 'tem como objetivo minimizar o impacto da crise sobre os mais pobres e mais vulneráveis'.
ExigênciasOs sócios europeus temem que uma nova onda de greves e protestos a pouco mais de um mês das eleições, convocadas para abril, prejudique a aprovação das impopulares reformas.
Os deputados gregos têm até o final de fevereiro para aprovar cerca de 80 medidas impostas pela 'troika' - o grupo de negociadores internacionais formados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia - como condição para liberar a primeira parcela do novo resgate.
Entre elas, estão incluídos cortes de mais de 3,3 bilhões de euros nos gastos públicos, a liberalização dos mercados de serviços e de produtos e a flexibilização das leis trabalhistas.
O governo grego também terá de incluir em sua Constituição uma cláusula dando prioridade ao pagamento das dívidas antes de qualquer investimento em serviços públicos e estabelecer uma conta especial, separada de seu orçamento, destinada a esses pagamentos.
Além disso, a economia grega será permanentemente monitorada por uma missão conjunta da 'troika'.
Apesar de todos esses esforços, altos funcionários da UE admitem que Atenas ainda terá de diminuir os salários em outros 15% nos próximos três anos, além dos 30% já reduzidos desde 2009.
Segundo esses funcionários, o desemprego, atualmente em cerca de 20%, só começará a cair em 2014, quando deve chegar a 17%, antes de passar a 15% no ano seguinte.
Isso coincidiria como o fim da recessão na Grécia, depois de quatro anos em que o país acumulará uma contração de mais de 17% no PIB.
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