Governo confirma morte de militares na Antártica
De acordo com o Ministério da Defesa, o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos morreram no acidente da base Comandante Ferraz
Marinha
Estação brasileira Comandante Ferraz, na Antártica
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Incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártica - Portal informadorchile.com
"Num ato de heroísmo, eles estiveram justamente no local de maior risco, na tentativa de debelar o incêndio e não conseguiram", declarou a Agência Brasil o ministro da Defesa, Celso Amorim. "Todos os pesquisadores e funcionários civis foram resgatados e já se encontram no Chile".
Segundo o ministro, praticamente toda a estação foi destruída pelas chamas. "Todo o núcleo central da base, que é onde estão concentradas essas instalações, foi perdido", disse. "O grau exato do que aconteceu ainda precisa ser objeto de perícia, mas a avaliação é de que realmente perdeu-se praticamente tudo". Amorim afirmou que ainda não é possível saber quando a estação voltará a operar, mas que o planejamento para que isso ocorra o mais rápido possível terá início já na próxima semana.
Programa continua – Apesar das perdas, o ministro garantiu que o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) não será encerrado. "Esse é um projeto de trinta anos de empenho da sociedade brasileira, que tem todo o apoio do governo e do Congresso brasileiro", declarou. "O programa antártico é um motivo de orgulho para nós, de modo que vamos continuar".
Um avião Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB), foi enviado ao Chile para resgatar os militares e pesquisadores retirados da estação e levados à cidade de Punta Arenas. A aeronave deve chegar ao país às 3 horas da madrugada deste domingo, dia 26, no horário de Brasília. De lá, os brasileiros vão embarcar no avião da FAB de volta ao Brasil. Segundo a Aeronáutica, a viagem deve durar nove horas. Os passageiros devem desembarcar na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, entre a tarde de domingo e a madrugada de segunda-feira, dia 27.
Segundo informações da Marinha do Brasil, divulgadas horas antes, os familiares dos oficiais tinham sido informados do desaparecimento e estariam recebendo todo o apoio das Forças Armadas. A Marinha também declarou que está acompanhando os familiares do primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, que se feriu no acidente e está internado.
Tempo ruim – As condições meteorológicas na região da estação neste sábado eram muito ruins, afirmou a Marinha, em nota. Com isso, o chefe da Comandante Ferraz e os integrantes do chamado ‘grupo-base’ – conjunto de militares responsáveis pela manutenção das instalações – foram transferidos para a base chilena Eduardo Frei, a trinta quilômetros da estação brasileira.
Assim que as condições climáticas melhorarem, a Marinha pretende enviar ao local uma equipe do grupo-base, liderada pelo chefe da estação. Eles ajudarão no trabalho de perícia e no resgate dos dois corpos. Os militares contarão com o apoio do navio “Lautaro”, da Armada do Chile. Uma embarcação da Marinha brasileira também foi designada para a tarefa.
Estão em Punta Arenas trinta pesquisadores, um alpinista, um representante do Ministério do Meio Ambiente e doze funcionários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, além do militar ferido. Lá, foram recebidos por militares brasileiros.
Governo brasileiro – O ministro da Defesa, Celso Amorim, já havia divulgado uma nota no começo da tarde deste sábado em que se dizia consternado com a informação do acidente na estação. Ele informou ter recebido a notícia logo no início da manhã e, em seguida, comunicou o fato à presidente Dilma Rousseff. Na sequência, entrou em contato com os ministros de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para tratar do assunto.
Amorim disse que recebeu da Marinha um relato de todas as providências tomadas para contenção do incêndio na base e auxílio imediato a todos que se encontravam no local. O ministro acrescentou que vem acompanhando de perto os desdobramentos do acidente e as ações de apoio aos brasileiros e suas famílias.
O titular da Defesa relatou também a conversa que teve com seu colega chileno, o ministro Andrés Allamand, na qual agradeceu todo o apoio prestado pelo país vizinho no socorro e traslado das vítimas. O embaixador brasileiro em Santiago, Frederico Araújo, acompanhado de diplomatas e adidos militares, foi enviado a Punta Arena para prestar apoio aos brasileiros no local.
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