Coreia do Norte aceita moratória e diz que vai suspender programa nuclear
A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira (29) ter aceitado uma suspensão de seus testes nucleares, dos lançamentos de mísseis e do enriquecimento de combustível nuclear em troca de uma ajuda alimentar americana, segundo noticiou a imprensa oficial do país, a KCNA.
Segundo Pyongyang, Washington prometeu fornecer 240 mil toneladas de "ajuda alimentar" e estudar uma ajuda adicional durante as negociações em Pequim na semana passada.
O Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte confirmou o acordo em comunicado, dizendo que as negociação com os norte-americanos “ofereceram um espaço para uma discussão sincera e profunda” de medidas “para a construção e o progresso de uma relação de confiança”.
Os Estados Unidos fizeram um anúncio similar e afirmaram que a Coreia do Norte havia aceitado o estabelecimento de uma moratória sobre as atividades no complexo nuclear de Yongbyon.
A Coreia do Norte também aceitou o retorno de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para supervisionar a moratória, acrescentou a porta-voz da diplomacia americana, Victoria Nuland. Os Estados Unidos anunciaram ainda a retomada em breve de sua ajuda alimentar à Coreia do Norte.
Washington afirmou que "ainda tem profundas preocupações com o comportamento da Coreia do Norte em muitas áreas", mas estes anúncios refletem "importantes, embora limitados, progressos" em alguns assuntos, indicou o Departamento de Estado.
O programa de enriquecimento, divulgado pela primeira vez em novembro de 2010, pode fornecer à Coreia do Norte um caminho alternativo para a fabricação de bombas atômicas, em adição ao seu programa de plutônio de longa data.
Desde 2008, as negociações que envolvem as Coreias do Norte e do Sul, os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Japão estavam suspensas. A China, principal aliado da Coreia do Norte, apelou para a retomada das negociações envolvendo os demais países.
A Coreia do Norte abandonou oficialmente as negociações em 6 de abril de 2009, um mês antes de ter feito o segundo teste nuclear. Pyongyang realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e acredita-se que tenha plutônio em quantidade suficiente para produzir de seis a oito armas nucleares.
Cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 2.900 americanos participarão, até 9 de março, de uma série de simulações "de natureza defensiva" chamada "Key Resolve". Os exercícios acontecerão nas bases do Exército dos EUA na Coreia do Sul, informou à Agência Efe um porta-voz do Comando das Forças Conjuntas de ambos os países (CFC).
Através de sua imprensa estatal, Pyongyang qualificou as manobras dos aliados como "uma violação imperdoável à soberania e à dignidade" da Coreia do Norte, que "está em período de luto" correspondente aos 100 dias posteriores à morte do líder Kim Jong-il.
No sábado, o governo da Coreia do Norte havia ameaçado começar uma "guerra santa" devido ao exercício dos aliados, que segundo o regime comunista representa uma "provocação".
Por sua vez, o Comando das Forças Conjuntas insistiu que o "Key Resolve" é um exercício rotineiro que é realizado anualmente nesta época, e não mantém ligação alguma com as atuais circunstâncias internacionais. Além disso, a organização lembrou que observadores de Austrália, Canadá, Dinamarca, Noruega e Grã-Bretanha, membros do Comando da ONU, supervisionarão as manobras.
O país comunista, que está tecnicamente em guerra com o Sul apesar do armistício que interrompeu o conflito em 1953, poderia mostrar em público seus novos dispositivos militares durante uma grande marcha em 15 de abril para comemorar o centenário do nascimento do fundador do regime, Kim Il-sung.
Segundo Pyongyang, Washington prometeu fornecer 240 mil toneladas de "ajuda alimentar" e estudar uma ajuda adicional durante as negociações em Pequim na semana passada.
O Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte confirmou o acordo em comunicado, dizendo que as negociação com os norte-americanos “ofereceram um espaço para uma discussão sincera e profunda” de medidas “para a construção e o progresso de uma relação de confiança”.
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A Coreia do Norte também aceitou o retorno de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para supervisionar a moratória, acrescentou a porta-voz da diplomacia americana, Victoria Nuland. Os Estados Unidos anunciaram ainda a retomada em breve de sua ajuda alimentar à Coreia do Norte.
Washington afirmou que "ainda tem profundas preocupações com o comportamento da Coreia do Norte em muitas áreas", mas estes anúncios refletem "importantes, embora limitados, progressos" em alguns assuntos, indicou o Departamento de Estado.
O programa de enriquecimento, divulgado pela primeira vez em novembro de 2010, pode fornecer à Coreia do Norte um caminho alternativo para a fabricação de bombas atômicas, em adição ao seu programa de plutônio de longa data.
Histórico
A discussão realizada entre diplomatas norte-coreanos, norte-americanos e chineses, em Pequim, foi a primeira desde a morte do presidente Kim Jong-il –em dezembro do ano passado– que ficou 17 anos no poder. O cargo foi transmitido para o filho dele, King Jong-un.Desde 2008, as negociações que envolvem as Coreias do Norte e do Sul, os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Japão estavam suspensas. A China, principal aliado da Coreia do Norte, apelou para a retomada das negociações envolvendo os demais países.
A Coreia do Norte abandonou oficialmente as negociações em 6 de abril de 2009, um mês antes de ter feito o segundo teste nuclear. Pyongyang realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e acredita-se que tenha plutônio em quantidade suficiente para produzir de seis a oito armas nucleares.
Morte do ditador da Coreia do Norte
Foto 7 de 106 - 19.dez.2011 - Esta foto, cedida pela Agência Oficial da Coreia do Norte em 23 de setembro de 2011, mostra Kim Jong-Un, o filho mais novo e aparente sucessor de Kim Jong-il, morto aos 69 anos neste sábado (17), conforme foi anunciado pela mídia estatal da Coreia do Norte nesta segunda (19) Mais AFP PHOTO/KCNA VIA KNS
Exercícios militares
No último domingo, a Coreia do Sul e os Estados Unidos deram início a um de seus maiores exercícios militares anuais em território sul-coreano apesar das ameaças da Coreia do Norte.Cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 2.900 americanos participarão, até 9 de março, de uma série de simulações "de natureza defensiva" chamada "Key Resolve". Os exercícios acontecerão nas bases do Exército dos EUA na Coreia do Sul, informou à Agência Efe um porta-voz do Comando das Forças Conjuntas de ambos os países (CFC).
Através de sua imprensa estatal, Pyongyang qualificou as manobras dos aliados como "uma violação imperdoável à soberania e à dignidade" da Coreia do Norte, que "está em período de luto" correspondente aos 100 dias posteriores à morte do líder Kim Jong-il.
No sábado, o governo da Coreia do Norte havia ameaçado começar uma "guerra santa" devido ao exercício dos aliados, que segundo o regime comunista representa uma "provocação".
Por sua vez, o Comando das Forças Conjuntas insistiu que o "Key Resolve" é um exercício rotineiro que é realizado anualmente nesta época, e não mantém ligação alguma com as atuais circunstâncias internacionais. Além disso, a organização lembrou que observadores de Austrália, Canadá, Dinamarca, Noruega e Grã-Bretanha, membros do Comando da ONU, supervisionarão as manobras.
O país comunista, que está tecnicamente em guerra com o Sul apesar do armistício que interrompeu o conflito em 1953, poderia mostrar em público seus novos dispositivos militares durante uma grande marcha em 15 de abril para comemorar o centenário do nascimento do fundador do regime, Kim Il-sung.
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