Gelo da Antártica dá pista sobre futuro do clima da Terra
RIO - O calor tropical brasileiro pode fazer parecer exótico o país investir no estudo da gelada Antártica. Especialistas, no entanto, explicam que a região é fundamental para entender o nosso clima e o aquecimento global. Graças a informações obtidas em geleiras, foi possível provar que houve um aumento em 40% na concentração de dióxido de carbono e em 150% na de metano - os mais poderosos gases de efeito estufa - desde o início da Revolução Industrial.
- As provas da elevação da temperatura no planeta e do aumento da concentração de carbono e de outros gases de efeito estufa na atmosfera estão registradas no gelo - explica Rosemary Vieira, geógrafa da Universidade Federal Fluminense, que já foi sete vezes à Antártica.
Com quase 14 milhões de quilômetros quadrados, o manto de gelo antártico é elemento importante do clima global. Além disso, a maior parte da água de fundo dos oceanos vem do mar congelado que circunda o continente.
- A Antártica e o oceano em volta dela são um grande laboratório natural do clima no planeta - diz Maurício Mata, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). - Sua alta sensibilidade às mudanças do clima faz com que sofra impactos maiores, sentidos lá antes do resto do mundo.
Pesquisas de brasileiros já mostraram que a água do fundo dos oceanos está sofrendo alterações de temperatura e salinidade. Isso pode afetar a circulação oceânica, com consequências planetárias. Grande parte das pesquisas se baseia nos chamados testemunhos de gelo. Os pesquisadores fazem perfurações e retiram amostras, que, em geral, quanto mais profundas, mais antigas. Bolhas de ar trazem a assinatura da química da atmosfera no momento em que o gelo se solidificou.
- Os testemunhos de gelo contam uma história detalhada sobre a composição química atmosférica, eventos climáticos e processos vulcânicos - explica Jefferson Cardia Simões, diretor do Centro Polar e Climático e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). - Eles dão informações, por exemplo, sobre a variação da temperatura média na superfície do planeta, atividade biológica terrestre e marinha, poluição global, atividade solar, vulcanismo, desertificação e variação do nível dos mares.
Além disso, dados obtidos na Antártica ajudam a melhorar a previsão meteorológica no Brasil. As frentes frias que afetam o clima da América do Sul se formam sobre influência direta das massas de ar polar. Em escala planetária, o Brasil está perto do continente gelado. Tanto que já foram encontradas lá cinzas vindas de queimadas da Amazônia.
Mata lembra que, apesar do esforço dos últimos anos, a Antártica é uma das regiões menos conhecidas e estudadas do planeta. Por isso, diz, muitas surpresas ainda podem sair dos estudos realizados no continente.
- Muitas pesquisas são exploratórias, e estamos aprendendo muito sobre o ambiente antártico, mas nada impede que uma descoberta surpreendente seja feita a qualquer momento. Para isso, é preciso estar lá - diz.
- As provas da elevação da temperatura no planeta e do aumento da concentração de carbono e de outros gases de efeito estufa na atmosfera estão registradas no gelo - explica Rosemary Vieira, geógrafa da Universidade Federal Fluminense, que já foi sete vezes à Antártica.
Com quase 14 milhões de quilômetros quadrados, o manto de gelo antártico é elemento importante do clima global. Além disso, a maior parte da água de fundo dos oceanos vem do mar congelado que circunda o continente.
- A Antártica e o oceano em volta dela são um grande laboratório natural do clima no planeta - diz Maurício Mata, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). - Sua alta sensibilidade às mudanças do clima faz com que sofra impactos maiores, sentidos lá antes do resto do mundo.
Pesquisas de brasileiros já mostraram que a água do fundo dos oceanos está sofrendo alterações de temperatura e salinidade. Isso pode afetar a circulação oceânica, com consequências planetárias. Grande parte das pesquisas se baseia nos chamados testemunhos de gelo. Os pesquisadores fazem perfurações e retiram amostras, que, em geral, quanto mais profundas, mais antigas. Bolhas de ar trazem a assinatura da química da atmosfera no momento em que o gelo se solidificou.
- Os testemunhos de gelo contam uma história detalhada sobre a composição química atmosférica, eventos climáticos e processos vulcânicos - explica Jefferson Cardia Simões, diretor do Centro Polar e Climático e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). - Eles dão informações, por exemplo, sobre a variação da temperatura média na superfície do planeta, atividade biológica terrestre e marinha, poluição global, atividade solar, vulcanismo, desertificação e variação do nível dos mares.
Além disso, dados obtidos na Antártica ajudam a melhorar a previsão meteorológica no Brasil. As frentes frias que afetam o clima da América do Sul se formam sobre influência direta das massas de ar polar. Em escala planetária, o Brasil está perto do continente gelado. Tanto que já foram encontradas lá cinzas vindas de queimadas da Amazônia.
Mata lembra que, apesar do esforço dos últimos anos, a Antártica é uma das regiões menos conhecidas e estudadas do planeta. Por isso, diz, muitas surpresas ainda podem sair dos estudos realizados no continente.
- Muitas pesquisas são exploratórias, e estamos aprendendo muito sobre o ambiente antártico, mas nada impede que uma descoberta surpreendente seja feita a qualquer momento. Para isso, é preciso estar lá - diz.
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