Pular para o conteúdo principal

G20 quer ver dinheiro europeu antes de dar recursos ao FMI

CIDADE DO MÉXICO, 26 FEV - As maiores economias do planeta advertiram a Europa que deve desembolsar mais dinheiro para limitar o contágio de sua crise da dívida se quiser receber ajuda do resto do mundo, multiplicando a pressão sobre a Alemanha para que aceite aumentar os fundos de resgate da zona do euro.


A resposta das nações europeias que integram o G20 foi que no mês que vem revisarão a força de seu mecanismo de ajuda financeira de emergência, o que poderia abrir caminho para que o resto dos membros do grupo façam aportes extras ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Isso será essencial para nossa análise atual sobre mobilizar recursos ao FMI", afirmou o G20 no comunicado final da reunião ministerial que aconteceu no fim de semana na Cidade do México.

A Alemanha, como maior economia do bloco europeu, ficou sob extrema pressão para dar seu apoio à junção de dois mecanismos de salvamento financeiro, o que criaria uma potente muralha para acalmar o temor dos mercados sobre um revés financeiro completo na região.

Mas ao enfrentar obstáculos políticos locais, o governo deste país deu sinais contraditórios sobre sua posição.

O ministro de Finanças britânico, George Osborne, deixou bem claro que o G20 precisa ver um compromisso mais nítido entre as autoridades da zona do euro.

"Temos que ver primeiro o dinheiro da zona do euro e francamente isso não aconteceu. Enquanto isso não haverá dinheiro extra para o FMI por parte da Grã-Bretanha e provavelmente de nenhum outro país", disse.

O G20 tem como objetivo seguir trabalhando para poder juntar antes de sua próxima reunião de abril um fundo global de quase 2 trilhões de dólares, incluindo dinheiro novo e fundos já existentes.

A esperança é de que essa gigantesca montanha de dinheiro detenha a crise de dívida soberana europeia e evite um dano à ainda debilitada economia mundial, que tenta superar a recessão norte-americana de 2008 e 2009.

Se for possível juntar esses fundos, seria a mais ousada campanha de liquidez internacional desde que há três anos 1 trilhão de dólares foram injetados para combater a recessão. Ainda hoje muitas economias desenvolvidas seguem inundando os mercados com dinheiro barato para estimular o crescimento e impedir um contágio.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, garantiu que os líderes europeus definirão em março se aumentarão seus fundos de resgate.

A proposta é unir o veículo permanente de ajuda financeira a países com o esquema temporário, o que criaria um muro de proteção de 1 trilhão de dólares.

Isso também deixaria a porta aberta para que o G20 satisfaça a demanda do FMI de entre 500 bilhões de dólares e 600 bilhões de dólares, montante que se somaria aos 380 bilhões de dólares que a entidade tem atualmente.

Todo esse dinheiro implica uma barreira de quase 2 trilhões de dólares que os líderes mundiais acreditam que seria suficiente para dar a mensagem aos mercados de que a crise será limitada.

Apesar da pressão sobre a Europa para que atue sobre seus mecanismos, alguns ministros do G20 aplaudiram os esforços realizados até o momento.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, também saudou os esforços dos novos governos de Itália e Espanha para colocar em andamento reformas econômicas necessárias para devolver a confiança aos mercados.

REFORMA DO FMI

Alguns países em desenvolvimento têm suas próprias condições de abrir a torneira ao FMI.

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, disse no sábado que os países emergentes querem que seja implementada uma reforma de 2010 ao mecanismo de quotas do FMI, o que daria a eles mais peso na entidade e um muro de proteção maior na Europa.

No comunicado, o G20 reiterou que se dedicará a esse compromisso a tempo da reunião anual de setembro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.