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Líder Capriles anuncia saída da coalizão opositora venezuelana

Henrique Capriles afirmou que não permanecerá na MUD enquanto Henry Ramos Allup liderar a aliança política


O ex-candidato presidencial venezuelano Henrique Capriles anunciou nesta terça-feira que vai deixar a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) enquanto não forem implantadas mudanças na aliança. O líder opositor também afirmou que sua decisão é uma forma de protesto à posse de quatro governadores do partido perante a Assembleia Constituinte dominada por governistas.
“Falo por mim mesmo, não pelo meu partido. Enquanto o senhor Ramos Allup estiver na Unidade, eu não vou seguir na Mesa”, afirmou Capriles, em referência ao líder do partido, Henry Ramos Allup. Segundo Capriles, a posse dos quatro governadores diante dos constituintes na segunda-feira foi uma “traição” de Allup.
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Capriles – um dos dirigentes mais conhecidos da MUD – questionou as declarações dadas pelos quatro políticos, que afirmaram ter tomado sozinhos a decisão de prestar juramento à Assembleia Constituinte. “Neste partido não se move um lápis sem que o senhor Ramos Allup autorize”, disse.
O anúncio por Capriles durante uma transmissão ao vivo no aplicativo Periscope. “Quando se está doente é preciso operar e tirar o tumor. Na Unidade é preciso fazer o necessário”, afirmou o líder, que perdeu as presidenciais de 2013 para Maduro por uma estreita margem.
O chavismo elegeu 18 governadores nas eleições regionais da semana passada, contra cinco da MUD – quatro do partido Ação Democrática (AD) e um do Primeiro Justiça (PJ), que recusou-se a se subordinar à Constituinte. Tanto o AD, presidido por Ramos Allup, como o PJ, liderado por Capriles, fazem parte da coalizão da MUD.
Os cinco governadores opositores haviam se recusado a prestar juramento à Assembleia Constituinte. Porém, o presidente Nicolás Maduro afirmou que se os políticos não se apresentassem à Constituinte, não poderiam assumir seus cargos, o que pode ter mudado a posição de quatro dos opositores.
A MUD considera a Assembleia Constituinte, instaurada por Maduro desde agosto, ilegal. O organismo foi eleito por meio de uma votação considerada por muitos injusta e é formado só por membros governistas. A Constituinte já assumiu o poder do Palramento local e provocou uma série de protestos organizados pela população nos últimos meses.
Capriles foi candidato à presidência da Venezuela em 2012, contra o ex-presidente Hugo Chávez, e em 2013, contra Maduro. É um dos principais líderes da oposição venezuelana e foi responsável por grande parte da organização das manifestações contra o governo de Maduro entre abril e julho deste ano.

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