Pular para o conteúdo principal
Lula contra-ataca e cobra da Odebrecht documentos originais 3 / 33
Lula.© Foto: Bruna Prado/AP Lula. O ex-presidente Lula, por meio de sua defesa, requereu ao juiz federal Sérgio Moro na segunda-feira, 16, que determine à força-tarefa da Operação Lava Jato e ao empreiteiro Marcelo Odebrecht que informem se possuem as vias originais de documentos apresentados em ação sobre supostas propinas do Grupo para o petista.
OS ORIGINAIS DA ODEBRECHT
Moro manda Lula 'esclarecer expressamente' se tem originais de recibos
No processo, Lula é acusado de receber vantagens indevidas que incluiriam um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e uma cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil.
O pedido da defesa ocorreu três dias depois de o juiz da Lava Jato ter pedido os originais dos recibos de aluguel da cobertura. O apartamento, vizinho à residência de Lula, está em nome do engenheiro Glaucos Costamarques, apontado pelos investigadores como 'laranja' do petista. Glaucos é primo distante do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. O petista afirma ter pago o aluguel, e Glaucos nega.
A investigação sobre a autenticidade dos recibos do aluguel que teria sido pago a Glaucos pelo uso do imóvel foi aberta por iniciativa do Ministério Público Federal, por meio de um incidente de falsidade em 5 de outubro.
Os advogados do ex-presidente rechaçam a suspeita. Eles haviam entregue à Justiça cópias dos recibos, alguns com datas inexistentes no calendário, como 31 de novembro.
Nesta terça-feira, 16, a defesa de Lula, por meio de um incidente de falsidade aberto em 1 de setembro, questionou três documentos anexados à ação penal. Para todos, pediu 'realização de exames grafoscópico e documentoscópico'.
Os advogados contestaram uma ordem de pagamento que teria duas versões, 'uma, com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas'. Os defensores querem saber se 'os documentos contestados são os mesmos e se há uma versão do documento com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas'.
Um papel com anotações manuscritas também foi alvo da defesa de Lula, que apontou a existência de 'dois tipos de caligrafia' no documento. "São anotações a tinta e, aparentemente uma a lápis, efetuadas com dois tipos de caligrafia, que não tiveram os autores identificados", relatam os defensores.
Os criminalistas querem saber se 'a inscrição "P. Melo" foi inserida posteriormente às anotações em tinta azul, em que momento foi realizada a inserção da inscrição "P. Melo" e ainda se o Sr. Paulo Melo subscreveu esse documento'.
O terceiro documento na mira dos defensores do petista é um e-mail com 'inscrições manuscritas' apresentados por Marcelo Odebrecht.
"Constata-se que foram juntados, por Marcelo Odebrecht, diversos documentos com anotações e grifos. Não é possível aceitar que documentos desta natureza sejam agregados aos autos sem que se verifique, criteriosa e cuidadosamente, sua idoneidade", contesta a defesa.
Ao juiz Moro, os advogados pediram que 'seja determinado ao Ministério Público Federal e ao corréu-delator que informem se dispõem das vias originais dos documentos aqui contestados, juntados, para que essas vias também sejam usadas na realização de prova pericial'.
"Seja determinada a realização de exames grafoscópico e documentoscópico sobre cada um dos documentos ora impugnados, em suas versões originais, dando-se às partes a oportunidade de formulação de quesitos e a indicação de assistente-técnico", solicitaram os advogados.
A Odebrecht fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República - 77 executivos da empreiteira fizeram delação premiada.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular