Pular para o conteúdo principal

Marcelo Bretas manda Sérgio Cabral para presídio federal

Unidade para onde o ex-governador será transferido ainda não é conhecida. Decisão foi tomada durante audiência tensa entre Cabral e o juiz


O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, aceitou nesta segunda-feira pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) seja transferido da cadeia José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para um presídio federal. A solicitação foi apresentada pelo procurador da República Sérgio Pinel, sob alegação de que Cabral teve acesso a dados privilegiados. A unidade para onde o peemedebista será enviado ainda não foi escolhida.
A decisão de mudar Sérgio Cabral de prisão ocorreu em uma audiência marcada pela tensão entre o ex-governador e o juiz Bretas. O magistrado suspendeu a sessão por cinco minutos, depois que Cabral o acusou de procurar projeção pessoal. “O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, me fazendo um calvário”, disse o peemedebista, que soma mais de setenta anos de prisão em três sentenças – duas de Bretas – e responde a dezesseis ações penais na Justiça.
PUBLICIDADE
O magistrado também se irritou quando Sérgio Cabral, ao dizer que comprou joias com dinheiro de caixa dois, mencionou que a família de Marcelo Bretas trabalhava com a venda de bijuterias. Bretas reclamou de o ex-governador ter demonstrado conhecimento sobre detalhes de familiares seus, o que pesou para que o pedido do MPF pela transferência de Cabral fosse feito e aceito quase imediatamente.
“Isso pode ser subentendido como ameaça. E a lei veda que o próprio acusado crie uma suspeição que não venha de orientação técnica”, disse o juiz ao advogado Rodrigo Roca, que defende o ex-governador. “Isso vem de pessoa que está obviamente chateada por questões que lhe são contrárias”, completou o juiz federal.
Antes da discussão mais fervorosa, Bretas havia perguntado se Cabral se sentia injustiçado e ele disse que “sem dúvida”. “Queira o senhor ou não, eu fui o líder deste estado, eu realizei neste estado, eu trabalhei neste estado”, disse o peemedebista. “Mais uma vez, o senhor quer criar aquele discurso de injustiçado”, respondeu o juiz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular