Pular para o conteúdo principal
O presidente Michel Temer obteve nesta quarta-feira (25) a esperada vitória que o mantém no cargo até o final de seu mandato. Por 251 votos a 233 (com duas abstenções e 25 ausências), os deputados decidiram rejeitar a possibilidade de Temer ser investigado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa, dos quais é acusado pela Operação Lava Jato, e ser afastado do cargo. Foi um bom resultado na aparência, alcançado até com relativa facilidade – eram necessários 342 votos para o prosseguimento da denúncia. Mas para isso Temer entregou cargos, assumiu gastos que não poderia, renunciou a receitas às quais não poderia renunciar, assumiu compromissos ruins que arranharam ainda mais sua escassa popularidade. A consequência é que Temer, desgastado, terá menos poder para exercer no meio político até o final de 2018.
Temer não tem futuro político, nem um caixa recheado, as duas coisas que atraem e mantêm aliados. Por isso, pela lógica, o eixo do poder se desloca para o gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Enquanto Temer terá menos a oferecer para mobilizar bancadas, Maia terá o controle da agenda legislativa. Nos últimos dias, Maia assumiu publicamente a condução da reforma da Previdência, que era um dos principais ativos do governo antes da delação de Joesley Batista. Há poucos meses, quando as denúncias contra Temer surgiram, alguns setores defenderam a permanência do presidente como uma saída pragmática: ignorava-se as acusações em troca de um bem maior, a aprovação da essencial reforma da Previdência. Temer escapou, mas dificilmente conseguirá fazer sua parte. O governo fala em aprovar apenas a fixação da idade mínima para aposentadorias. É pouco. Rodrigo Maia fala em aprovar a reforma de forma fatiada. 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na votação sobre a segunda denúncia contra Michel Temer (Foto: Aílton de Freitas / Agência O Globo)
Maia também fez uma bondade ao mercado financeiro. Assumiu a dianteira para aprovar um projeto que dá poderes ao Banco Central para firmar acordos de leniência com bancos, um setor que teme demais a delação do ex-ministro Antonio Palocci à Lava Jato. Com o projeto, os bancos poderão acertar sua vida longe da dureza do Ministério Público Federal. Maia quer aprovar alguns pontos da reforma tributária em discussão na Câmara. É claro que, nos próximos meses, Maia manterá distância regulamentar do presidente. Quem está por cima não quer ficar perto de quem é impopular.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...