Em um desdobramento da operação que apreendeu em setembro R$ 51 milhões em dinheiro vivo
em um apartamento de Salvador, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados
de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (16) no gabinete do
deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) na Câmara dos Deputados.
O G1
ligou para o celular do deputado às 8h24, mas o telefone estava
desligado. A reportagem tenta localizar a assessoria do parlamentar.
Lúcio é irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda,
em Brasília, por suspeita de ser o dono da fortuna apreendida no mês
passado no apartamento de um bairro nobre da capital baiana.
A defesa de Geddel afirmou ao G1
que vai divulgar nota assim que tiver acesso à decisão judicial que
autorizou os mandados de busca e apreensão no gabinete de Lúcio Vieira
Lima.
A operação desta segunda-feira – a primeira sob o comando da nova
procuradora-geral da República, Raquel Dodge – investiga se há relação
entre Lúcio Vieira Lima e os R$ 51 milhões. Os investigadores querem
saber se ele poderia ser beneficiário ou intermediário do dinheiro.
A operação foi realizada pela Polícia Federal a pedido da Procuradoria
Geral da República (PGR). Os mandados de busca e apreensão foram
expedidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.
A PF também cumpriu mandados de buscas na residência de Lúcio Vieira
Lima em Brasília e no apartamento em que ele vive com a família em
Salvador.
Além das residências e do gabinete do irmão de Geddel, outro alvo dos
mandados judiciais desta segunda é Job Ribeiro Brandão, secretário
parlamentar lotado no gabinete de Lúcio Vieira Lima. Vinculado à Câmara
desde 2010, Brandão tem salário de R$ 14,3 mil, segundo informações do
Portal de Transparência da casa legislativa.
Job Ribeiro Brandão se tornou alvo da Polícia Federal porque os
investigadores encontraram digitais dele no apartamento em que estavam
escondidos os R$ 51 milhões e até em parte do dinheiro.
Buscas na Câmara
Agentes da PF chegaram a interditar na manhã desta segunda o acesso ao
sexto andar do anexo IV, onde fica o gabinete do peemedebista. No
prédio, fica a maior parte dos gabinetes de deputados da Câmara. Somente
deputados e servidores da Casa podiam passar pelo corredor.
Policiais legislativos ajudaram a fazer a segurança do local. O acesso
da imprensa ficou restrito à área dos elevadores, de onde não era
possível acompanhar a movimentação dos policiais no gabinete de Lúcio
Vieira Lima.
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