OEA e EUA não reconhecem resultados de eleição na Venezuela
Governo venezuelano acusa entidades internacionais de "ignorar" a vontade do povo
Segundo Almagro, a votação exibiu irregularidades que “repetem variáveis de ilegalidade, incerteza e fraude que temos denunciado”. “Nenhuma eleição na Venezuela dará garantias aos eleitores sem que se realize sob observação internacional qualificada, especialmente por parte desta Organização”, completou o diplomata uruguaio, dizendo ainda que seu gabinete deve implantar novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro.
Washington também condenou a organização das eleições regionais e reiterou seu apoio ao “povo venezuelano em sua busca por restaurar a democracia”. “A voz do povo venezuelano não foi ouvida”, afirmou o Departamento de Estado em um comunicado.
A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, acusou Maduro de tentar silenciar as vozes das pessoas por meio da “intimidação, manipulação e obstrução dos eleitores”. Haley também pediu uma auditoria do processo eleitoral.
Após a votação de domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de atuar em favor do governo, anunciou que o chavismo venceu em dezessete dos 23 estados que escolheram seus governadores, enquanto a oposição ganhou em apenas cinco – os votos em um estado ainda não foram contabilizados. Os resultados também não foram reconhecidos pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
A União Europeia (UE) também se pronunciou e pediu nesta terça-feira ao poder eleitoral da Venezuela que demonstre a “transparência” dos resultados das eleições regionais. “A UE considera que a Comissão Nacional Eleitoral deve tomar medidas para demonstrar a transparência do processo e publicar todos os dados relacionados e a tabulação”, afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Catherine Ray.
Em resposta às declarações internacionais, o governo da Venezuela afirmou que Estados Unidos e União Europeia tentam “ignorar” a vontade do povo venezuelano ao condenar a realização das eleições. De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, Washington busca apenas “estimular e respaldar os apelos ao caos, à instabilidade, à violência e ao extremismo promovidos por um setor minoritário da sociedade venezuelana”.
(Com Estadão Conteúdo e AFP)
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