Republicanos já não escondem a decepção com ascensão de Trump
O tom das críticas ao magnata vem subindo dentro do Partido Republicano. "Não tenho ideia de como conciliar uma agenda de Trump com uma republicana", disse um senador
O pré-candidato americano Donald Trump(/Reuters)
As recentes vitórias do pré-candidato Donald Trump nas primárias para conseguir a indicação para disputar a Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano assustaram seus próprios correligionários. A corrente contra o magnata dentro do Partido Republicano começa a ganhar força e muitos políticos elevaram o tom das críticas.
O candidato republicano nas eleições presidenciais de 2012 nos Estados Unidos, Mitt Romney, insinuou nesta quarta-feira que Trump mentiu sobre suas finanças pessoais, mas não apresentou nenhum tipo de prova. "Temos boas razões para crer que há uma bomba na declaração de impostos de Donald Trump", disse em entrevista ao canal Fox News. "Talvez ele não seja tão rico como diz que é, ou não pagou os impostos que esperaríamos que tivesse pagado ou, talvez, não doou dinheiro aos veteranos e aos deficientes físicos como nos disse que fez", disse o ex-candidato, sem especificar em nenhum momento algum indício que comprovasse suas insinuações. Leia também Trump festeja vitória em Nevada: "Amo pessoas com pouco estudo" 'Os Simpsons' satirizam corrida eleitoral americana Trump diz que Cruz é 'doente' e que gostaria de socar um manifestanteO senador Jeff Flake, republicano do Arizona, não escondeu seu constrangimento ao afirmar que "realmente ficou com medo" de Trump conseguir a indicação do partido após a vitória no caucus (assembleias populares) de Nevada. "À medida que nos aproximamos da reta final e as pessoas vão ficando mais informadas, espero que elas mudem suas posições", disse.
"Estamos com um problema muito grande, Trump não é um republicano", disse ao The New York Times o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, republicano que saiu da corrida para a Casa Branca em dezembro "Eu não tenho nenhuma ideia de como conciliar uma agenda de Donald Trump com uma republicana. Como podemos criar uma plataforma?", questiona.
Após sua ampla vitória em Nevada, Trump lidera a corrida republicana para a indicação com três vitórias nos quatro primeiros Estados a votar no processo de primárias, e as pesquisas são favoráveis ao magnata em mais de dez estados que realizarão suas prévias na próxima semana, na chamada Super Terça. (Da redação)
Entenda como funcionam as primárias americanas
Caucus
Caucus nada mais é do que uma convenção partidária. Os eleitores registrados pelos partidos em uma seção eleitoral se reúnem em um local determinado e os representantes de cada pré-candidato fazem um breve discurso, expondo seus pontos de vista. Nos caucus republicanos, o passo seguinte é a votação, que pode ser feita até com pedaços de papel. Os votos são contados e o porcentual de cada candidato equivale ao número de delegados da zona eleitoral que ele ganha.
Já os caucus democratas são um pouco mais complexos: após os discursos, os eleitores se dividem em grupos. Grupos pequenos demais são obrigados a se desfazer e seus integrantes a escolher outra opção. Em seguida, baseado no número de membros de cada grupo de apoio, define-se quantos delegados da zona eleitoral vão para cada candidato.
Os caucus são realizados em treze Estados e três territórios (Ilhas Samoa, Ilhas Mariana do Norte e Ilhas Virgens). Nos demais, os candidatos são escolhidos por meio de primárias. Por exigirem debates de ideias e exposição de argumentos dos apoiadores dos pré-candidatos, os caucus são considerados processos eletivos mais qualificados que as primárias.
2 de 4(Foto: Joe Raedle/Getty Images)
Primárias
As primárias funcionam como uma eleição convencional. Os eleitores utilizam cédulas para votar e podem inclusive escrever o nome de seu candidato preferido se ele não estiver na lista. Os votos são contados para definir o vencedor, mas a divisão dos delegados é feita de forma diferente pelos partidos Democrata e Republicano. No primeiro caso, o sistema é proporcional: se um candidato recebeu 20% dos votos, por exemplo, fica com 20% dos delegados da seção eleitoral.
Já nas primárias republicanas, o vencedor leva todos os delegados da seção. Além disso, o tipo de primária pode variar a depender do Estado. Elas podem ser abertas (o eleitor escolhe a primária em que votar) ou fechadas (o eleitor só pode votar na primária do partido em que se registrou antes). As primárias ocorrem em 37 Estados e no território de Porto Rico; e a maioria adota o sistema fechado.
3 de 4(Foto: Christopher Furlong/Getty Images)
Esses processos preliminares já definem o candidato?
Os caucus e as primárias são a fase mais importante da definição dos candidatos, mas eles só são formalmente indicados nas convenções nacionais, realizadas após todas as prévias. É na convenção nacional que os delegados acumulados nos caucus e primárias elegem o representante do partido para concorrer à Presidência. Na prática, as convenções são grandes eventos de aclamação dos candidatos, pois elas acontecem quanto todos já sabem os resultados dos caucus e primárias e também já sabem quem será o indicado.
4 de 4(Foto: Alex Wong/Getty Images)
Definidos os candidatos, como é o processo de eleição do presidente?
O presidente dos EUA não é eleito diretamente pelo voto popular, mas por um colégio eleitoral. O país todo contabiliza 538 colégios eleitorais, divididos entre os Estados tendo como base sua população e seu número de deputados federais. Quanto mais populoso for o Estado, mais deputados e mais colégios eleitorais ele tem; e consequentemente, mais peso possui na eleição. Dos 50 estados americanos, 48 adotam o sistema do "vencedor leva tudo" no colégio eleitoral. Esse método pode levar a situações como a da eleição de 2000, quando George W. Bush derrotou Al Gore mesmo tendo menos votos na soma do país todo. Bush venceu porque foi o mais votado na Flórida e levou os 29 votos do colégio eleitoral do Estado.
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