Bolivianos dizem não ao plano de perpetuação de poder de Evo Morales
Com 72,5% dos votos apurados, o "Não" à reeleição lidera com 56,5% contra 43,2%. Pesquisas e projeções apontam que a vantagem da oposição é irreversível
A derrota de Morales frustrou de uma série de manobras de seu governo para garantir a sua perpetuação do poder. As mudanças na Constituição, em favor do presidente, começaram ainda no seu segundo mandato. Uma nova Carta Magna foi promulgada como sendo a "refundação do país". Sendo assim, ele disse que o seu primeiro mandado não poderia ser considerado, pois a Bolívia que surgia ali "era outra". O Judiciário ignorou a manobra, apesar das reclamações da oposição.
Evo Morales e seu projeto de se perpetuar no poder
Evo Morales, sua amante, um filho secreto e um escândalo de corrupção
Um dos fatores que corroboraram para derrota de Morales no plebiscito está relacionada a um escândalo sexual e de corrupção envolvendo o presidente com a jovem Gabriela Zapata, com a qual ele teve um filho. Segundo as denúncias contra o Morales, a sua ex-amante ganhou um cargo de diretoria em um multinacional chinesa Camc e passou a administração de contratos a 566 milhões de dólares.
O affaire de Morales com Zapata ofuscou a sua imagem junto aos indígenas. Quando era questionado sobre sua solteirice, ele jogava para plateia: "Sou casado com a Bolívia". Para emendar, dizia que quando se casasse, seria com uma mulher de tranças e pollera - a tradicional saia com anágua das mulheres andinas. Portanto, uma indígena. A revelação que ele teve um caso amoroso com uma mulher siliconada, de cabelos com mechas alouradas, com a qual chegou a ter um filho, desmontou de vez o seu discurso de homem do povo afeto às coisas simples.
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