Pular para o conteúdo principal

Mônica Moura depõe por quatro horas e João Santana será ouvido amanhã

Mulher e sócia do marqueteiro negou que os 7,5 milhões de dólares recebidos pelo casal por meio de uma offshore no Panamá sejam fruto da corrupção na Petrobras

João Santana com a mulher Mônica Moura, presos na 23ª fase da Operação Lava Jato, a Operação Acarajé.
A mulher e sócia do marqueteiro petista João Santana, Mônica Moura, depôs nesta quarta-feira por cerca de quatro horas na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e negou que os cerca de 7,5 milhões de dólares encontrados pelos investigadores da Lava Jato em contas deles no exterior tenham relação com o propinoduto da Petrobras. Mônica disse que os valores foram obtidos de forma legal e que não envolvem serviços de propaganda a campanhas brasileiras, embora parte dos repasses feitos pelo operador de propinas Zwi Skornicki ao casal Santana tenha ocorrido entre julho e novembro de 2014, quando eles atuavam na campanha à reeleição da petista Dilma Rousseff.
O marqueteiro e conselheiro dilmista trabalhou nas duas campanhas presidenciais da petista, na campanha de Lula em 2006 e na eleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em 2012. João Santana também seria ouvido nesta quarta pelos policiais, mas a oitiva dele acabou adiada para as 9h30 desta quinta-feira.
"Eles não são lavadores de dinheiro, não são corruptos e nunca tiveram contrato com o poder público. São trabalhadores honestos, gostem ou não dos clientes deles. Os recursos são lícitos e não envolvem campanhas brasileiras", disse o criminalista Fabio Tofic. Segundo o defensor, Mônica "demonstrou a movimentação da conta e dos recursos no exterior".
A linha de defesa do marqueteiro é admitir que João Santana não declarou os recursos no exterior, o que poderia configurar crime de evasão de divisas. Com isso, a ideia é tentar se livrar da acusação de lavagem de dinheiro, delito mais grave e com penas mais altas.
"Mônica e João estão presos por um crime de manutenção de conta não declarada no exterior, um crime pelo qual não existe nenhuma pessoa presa neste país. Não vou dizer que é um crime leve, mas não enseja a prisão de qualquer cidadão neste país. Eles receberam recursos lícitos pelo trabalho honesto que fizeram ao longo de anos", disse o advogado.
LEIA MAIS:
Santana omitiu offshore mesmo depois de retificar declarações à Receita Federal
Moro libera parte dos autos da Acarajé à defesa de Odebrecht
Santana retificou em 2015 suas declarações de Imposto de Renda de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014. Nas declarações retificadoras à Receita Federal, o publicitário acrescentou a seus bens quatro empresas no exterior, mas omitiu do fisco brasileiro a posse da empresa offshore Shellbill Finance S.A, por meio da qual recebeu 7,5 milhões de dólares no exterior de offshores da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki.
Na retificação enviada à Receita no ano passado, João Santana adicionou a sua declaração de 2010 60% de participação societária na Polistepeque Comunicacion y Marketing S.A, aberta em junho de 2009 em El Salvador com capital de 2.000 dólares. Ainda na correção da declaração de 2010, Santana informou ao fisco ser um dos donos da Polis Caribe Comunicacion y Marketing, sediada na República Dominicana, onde o marqueteiro trabalhava na campanha do presidente Danilo Medina até o mandado de prisão emitido por Sergio Moro. Em El Salvador, João Santana trabalhou na campanha que elegeu o ex-presidente Mauricio Funes, em 2009.
O marqueteiro retificou à declaração de imposto de renda de 2013 ser dono de 60% da Polis America S.A, com capital declarado de 10.000 dólares. A empresa está sediada no Panamá, país onde, em 2014, pela primeira e única vez, um candidato conduzido por Santana sofreu uma derrota no plano presidencial. João Santana também declarou ser dono de 90% do capital de 80.000 dólares da Polis Propaganda na Argentina, constituída em abril de 2003.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p