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Foto: Divulgação
Otto Alencar, líder do PSD no Senado21 de agosto de 2020 | 13:30

Senadores da base dizem que voto de cabresto não existe e rejeitam alinhamento automático com Bolsonaro

BRASIL
Senadores dos partidos que integram a nova base de Jair Bolsonaro no Congresso rejeitam alinhamento automático com as pautas do governo.
Mesmo depois de um processo de aproximação do presidente com as siglas do centrão, o cenário ainda é de dificuldades para o Palácio do Planalto.
“Não tenho cargos no governo, sou independente. E o que o governo determinar temos que cumprir? Agora vai ter voto de cabresto de senador?”, diz Otto Alencar (BA), líder do PSD no Senado, um dos 42 votos para derrubar o veto de Jair Bolsonaro sobre reajuste de servidores.
Ele não foi o único a afirmar que não fez nenhuma indicação para cargos no governo.
O PSD é o partido do ministro Fabio Faria (Comunicações). “Ele não foi indicado por mim, nem pelo partido”, conclui Otto.
Autor do convite para que Paulo Guedes se explique pela afirmação de que o Senado cometeu um “crime contra o país”, Esperidião Amin (PP-SC) diz que ser base não significa rezar a mesma missa do governo.
É justo que os parlamentares alinhados sejam cobrados por isso? “É justo que o governo esclareça a base sobre o que ele quer que se vote”, diz.
“Não tenho ninguém nomeado no governo. Eu votei no Jair Bolsonaro, torço por ele, vou continuar tentando ajudar, mas não tem como Paulo Guedes ter uma reação emocional dessa ordem. Provocou indignação até em quem votou sim”.
Daniella Ribeiro (PP-PB) nega que a votação indique falta de compromisso com a agenda do ministro e o teto de gastos. Ela também votou para derrubar a trava de Bolsonaro.
“Os governos dos estados também têm que seguir o teto. Não é porque aconteceu isso que vão sair dando reajuste. É uma liberdade para quem pode dar o reajuste”, disse.
Além disso, ela ressalta que o Senado votou por unanimidade pelo projeto, com a aprovação de 81 parlamentares. “Como você explica tirar o que você já deu? Eu sou partidária, mas expliquei ao meu líder [Ciro Nogueira (PP-PI)] que não tinha condição de votar diferente”, disse.
“Nem tudo o que o governo faz está certo, tem que ter senso crítico”, conclui a parlamentar do PP, sigla que lidera o chamado centrão.
Vice-líder do governo, Izalci Lucas (PSDB-DF) também votou contra e disse que agiu por força do seu eleitorado. “Estou acompanhando a luta de policiais e professores em Brasília, não tem como”.
Ele disse que avisou ao ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) que votaria contra. Mesmo assim, após a derrota do governo foi cobrado.
“Eles não devem estar satisfeitos comigo, mas vou votar no interesse do Brasil”.
Izalci disse ainda que o governo tem que se acertar internamente sobre quem dá a orientação à base no Congresso. Neste texto, por exemplo, houve divergência entre a Economia e o Planalto. “Não pode ter essa confusão, tem que melhorar isso também”.
Perguntado se governadores se empenharam nesta votação em favor do veto, Izalci foi irônico. “O governador do DF [Ibaneis Rocha (MDB) se falou foi por telepatia, porque não me ligou, não”.

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