A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, estima que a reforma da Previdência aprovada pelo Congresso nesta semana vai gerar economia de 630 bilhões de reais às contas públicas em dez anos, número bem abaixo do 1,2 trilhão de reais desejado pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes em fevereiro e mais modesto do que os 800 bilhões de reais projetados pelo governo agora.
Em relatório, a instituição avaliou que o impacto ainda assim é significativo e ponderou que as discrepâncias entre as projeções não representam erro de nenhum dos lados, mas refletem diferenças de modelagem e premissas e também a própria incerteza envolvida em uma estimativa do tipo. “A reforma tem capacidade, nesse sentido, de conter o crescimento do gasto previdenciário e ajudar a estabilizar a situação fiscal do país”, afirmou a IFI, ao estimar que as despesas com o regime geral da Previdência vão se estabilizar em 9,4% do PIB em 2029. O órgão já estimava que o texto original encaminhado pelo governo para a reforma teria um impacto inferior (995 bilhões de reais) do que o projetado oficialmente (1,2 trilhão de reais).
O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que os cálculos do governo são certificados por organismos internacionais e convalidado por outros países. “Não sei quais são os modelos que a IFI utiliza”, disse. Marinho ainda afirmou que pela primeira vez o governo abriu os microdados. “Então, há uma absoluta transparência na obtenção dos dados atuariais que possibilitaram os cálculos apresentados.”
O secretário ainda voltou a dizer que todas medidas na área previdenciária devem garantir uma economia em dez anos de cerca de 1 trilhão de reais. Com as medidas que combatem as fraudes nas aposentadorias, Marinho disse que se espera economia anual da ordem de 20 bilhões de reais a partir de 2020.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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