/Estadão
Luciano Bivar
Órgão de direção do PSL tem candidatas laranjas, parentes de Bivar e recepcionista
BRASIL
Responsável por analisar pedidos de expulsão, o diretório nacional do PSL é tomado por aliados do principal dirigente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar, que incluem parentes, subordinados de suas empresas, ex-candidatas suspeitas no esquema de laranjas e até uma auxiliar de serviços gerais contratada pela legenda.
A Folha analisou a atual composição do órgão partidário informada à Justiça Eleitoral e detectou que 60% dos cerca de cem membros são filiados ao partido em Pernambuco, estado de Bivar e onde estavam concentradas as atividades da sigla antes da chegada de Jair Bolsonaro para a disputa da eleição presidencial de 2018.
A permanência prevista destes integrantes no órgão vai até novembro.
A prevalência de Bivar sobre essa instância partidária mostra como tende a ficar obstruída qualquer articulação por mudança na legenda por iniciativa do grupo pró-Bolsonaro, que está em forte atrito com os correligionários. De sigla nanica, o partido se tornou o mais rico do país em repasses públicos após a eleição de 2018, com estimados R$ 110 milhões a serem recebidos neste ano.
Bivar, cacique do partido desde a época da fundação nos anos 1990, foi alvo de críticas de Bolsonaro há três semanas, quando o presidente disse que o deputado estava “queimado pra caramba”, o que agravou o racha entre os grupos do presidente e do deputado dentro da legenda.
No diretório nacional estão listados como membros nove funcionários ou ex-funcionários do PSL, incluindo a auxiliar de serviços gerais Edna dos Prazeres Caetano, a recepcionista Bruna Karina Anastácia e a secretária Maria de Lourdes Paixão.
Paixão, 69, é pivô de um esquema de candidaturas de fachada em Pernambuco, revelado pela Folha em fevereiro, e foi alvo de uma operação da PF sobre o caso, há duas semanas, assim como Bivar.
A candidatura da secretária a deputada federal recebeu R$ 400 mil do partido em dinheiro público, sendo que R$ 380 mil foram repassados a uma só gráfica, e resultou em apenas 274 votos.
Outra integrante do diretório nacional é a ex-assessora de imprensa Érika Santos, que foi escolhida de última hora como candidata a deputada estadual no estado de Bivar em 2018. Ela foi a oitava candidatura que mais recebeu recursos do PSL no país no ano passado, com R$ 250 mil, mas fez apenas 1.300 votos.
A recepcionista Bruna Karina, também integrante do diretório, foi candidata a deputada federal no ano passado em Pernambuco e fez 3.800 votos.
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