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Governador Rui Costa até hoje não se definiu nem apresentou sugestão a seu partido sobre a sucessão de 2020 em Salvador

Partido do governo, PT ainda não sabe o que fazer no próximo verão, por Raul Monteiro*

EXCLUSIVAS
Ganha força a tese entre partidos da base do governador Rui Costa (PT) de que a melhor estratégia para disputar a Prefeitura de Salvador em 2020 é a de pulverizar as candidaturas, pelo menos no primeiro turno. Por esta proposta, a maioria das siglas poderia lançar candidatos próprios dentro de um pacto de não agressão mútuo que as permitiria estar todas juntas na eventualidade de a eleição ser decidida no segundo turno. O maior incentivo para que a disputa aconteça sob estes termos é a proibição para as coligações proporcionais (para concorrer às vagas da Câmara de Vereadores) que passa a vigorar no próximo pleito.
Sem condições de se unir em pequenos agrupamentos que reduzam o quociente eleitoral para a eleição de vereador, as legendas não vêem outra alternativa senão lançar candidaturas próprias a fim de puxar votos para os candidatos à Câmara. Do ponto de vista eleitoral para a briga pela Prefeitura, no entanto, há questionamentos, entre os próprios líderes partidários do governismo estadual, sobre se a dispersão de candidaturas é a melhor alternativa. Mais do que um candidato, ainda que nem todos com grande força eleitoral, significa também dispersão de energias e de estratégias, além de, algumas vezes, intrigas entre eles.
Sem contar que, a depender do desempenho do adversário comum a todos eles, no caso o candidato do prefeito ACM Neto (DEM), Bruno Reis (DEM), seu atual vice, o almejado segundo turno em que os governistas poderiam finalmente se unir pode não se realizar, levando todos juntos a uma derrota para o democrata no primeiro lance da disputa eleitoral. É claro que este é o cenário desejado por Neto e Bruno, embora eles prefiram evitar, naturalmente, qualquer comentário sobre a tática dos adversários. Por trás da idéia da liberalidade de várias candidaturas, no entanto, está uma decisão do PT, partido do governador Rui Costa (PT).
Como, do ponto de vista político, trata-se da legenda que lidera a coalizão governista, caberia ao partido do primeiro mandatário estabelecer a estratégia e as coordenadas para que a sucessão, do lado do governo, se organizasse da melhor forma possível no aspecto eleitoral. Sem apoio do governo para lançar um nome nem para ter preparado um quadro dotado de competitividade para enfrentar a disputa, apesar de estar no comando do Estado há 13 anos, o partido até agora não sabe o que fazer – o que significa dizer que ainda não definiu se terá candidato ou se apoiará um nome à sucessão municipal em Salvador.
Num contexto como esse, é de esperar que o partido do governo fique impossibilitado de estabelecer quaisquer condições para o pleito do próximo ano, devendo, ao que parece, seguir a orientação do governador, que até agora também sequer conseguiu se posicionar no sentido de anunciar se o partido terá candidato ou se a ordem será a que vigorou na eleição municipal passada, em que aliados mais agressivos, como o PCdoB, conseguiram se articular com maior antecedência, impondo sua candidatura ao próprio governador, uma situação que caberá a ACM Neto apenas agradecer.
* Artigo do editor Raul Monteiro publicado hoje na Tribuna.

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