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Fotos mostram as marcas da barbárie no presídio de Roraima

Integrantes do PCC invadiram ala reservada ao Comando Vermelho e mataram pelo menos dez presos, alguns decapitados e queimados vivos

O Ministério Público de Roraima fez uma visita nesta segunda-feira no presídio Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), onde pelo menos dez presos foram mortos ontem durante confronto entre facções rivais. A promotoria se deparou com cenas de barbárie no local – pedaços de corpo, cabeças e ossos carbonizados espalhados pelo chão do presídio. O governo de Roraima confirmou oficialmente a morte de dez detentos, mas o MP diz que esse número pode subir para 25. Segundo o promotor de execuções penais, Carlos Paixão de Oliveira, as autoridades estão atrás de partes de corpos que podem ter sido enterradas no pátio ou lançadas no esgoto. (Confira acima fotos de como ficou o presídio após o confronto)
Segundo as investigações do MP, o clima na penitenciária começou a ficar tenso no início do mês, quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) romperam, em nível nacional, uma aliança que perdurava há anos que permitia a convivência pacífica das duas facções nos presídios brasileiros. Em Monte Cristo, o PCC emitiu uma ordem que não aceitaria dividir as celas com filiados do grupo rival, que era minoritário. Estes, então, se mudaram para a chamada Ala 12, que foi invadida e destruída ontem. “O PCC está querendo tomar tudo. Infelizmente, a coisa ali é dos infernos. O presídio é uma mina de ouro para as facções. Eles vendem de tudo ali, drogas, bebida, celulares, praticam extorsões”, disse o promotor, que atua na área penitenciária há mais de dez anos. 
Leia mais: PCC cria clima de tensão na segurança do Rio de Janeiro
Na tarde deste domingo, os criminosos do PCC abriram sem dificuldade buracos nas paredes – “elas são feitas de tijolos de barro. É só jogar água que derruba”, disse o promotor – e acessaram as celas dos membros do Comando Vermelho, que foram atacados com facas e chuços. Eles correram em direção às guaritas da Polícia Militar para se proteger. Alguns presos foram decapitados e há relatos de que um foi queimado vivo. Algumas execuções aconteceram na frente de familiares, que naquele momento visitavam os detentos e foram feitos de refém por algumas horas.
Segundo o MP, a cadeia tinha apenas 6 policiais e 6 carcereiros para cuidar de aproximadamente 1.200 presos, o dobro de sua capacidade. “Esse presídio deveria ser demolido. Ele foi construído inicialmente para abrigar presos em regime semi-aberto. Deveria ter uma horta – por isso, o nome Agrícola”. Por não ter celas suficientes, uma favela subsistia dentro da penitenciária.

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