Fotos mostram as marcas da barbárie no presídio de Roraima
Integrantes do PCC invadiram ala reservada ao Comando Vermelho e mataram pelo menos dez presos, alguns decapitados e queimados vivos
Segundo as investigações do MP, o clima na penitenciária começou a ficar tenso no início do mês, quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) romperam, em nível nacional, uma aliança que perdurava há anos que permitia a convivência pacífica das duas facções nos presídios brasileiros. Em Monte Cristo, o PCC emitiu uma ordem que não aceitaria dividir as celas com filiados do grupo rival, que era minoritário. Estes, então, se mudaram para a chamada Ala 12, que foi invadida e destruída ontem. “O PCC está querendo tomar tudo. Infelizmente, a coisa ali é dos infernos. O presídio é uma mina de ouro para as facções. Eles vendem de tudo ali, drogas, bebida, celulares, praticam extorsões”, disse o promotor, que atua na área penitenciária há mais de dez anos.
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Na tarde deste domingo, os criminosos do PCC abriram sem dificuldade buracos nas paredes – “elas são feitas de tijolos de barro. É só jogar água que derruba”, disse o promotor – e acessaram as celas dos membros do Comando Vermelho, que foram atacados com facas e chuços. Eles correram em direção às guaritas da Polícia Militar para se proteger. Alguns presos foram decapitados e há relatos de que um foi queimado vivo. Algumas execuções aconteceram na frente de familiares, que naquele momento visitavam os detentos e foram feitos de refém por algumas horas.
Segundo o MP, a cadeia tinha apenas 6 policiais e 6 carcereiros para cuidar de aproximadamente 1.200 presos, o dobro de sua capacidade. “Esse presídio deveria ser demolido. Ele foi construído inicialmente para abrigar presos em regime semi-aberto. Deveria ter uma horta – por isso, o nome Agrícola”. Por não ter celas suficientes, uma favela subsistia dentro da penitenciária.
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