Pular para o conteúdo principal

Acabou o amor: Crivella e Freixo partem para a guerra em debate

Temas como Igreja Universal, black blocs e alianças políticas dominam encontro repleto de ataques entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro

 
Candidatos à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo (PSOL) e Marcelo Crivella (PRB) deixaram de lado a política de não agressão e partiram para o ataque no penúltimo debate antes da eleição, transmitido nesta terça-feira por VEJA, RedeTV, Portal UOL e Facebook. Quando estiveram frente a frente no encontro anterior, na Band, os dois evitaram os embates. O candidato do Psol abriu o debate questionando o adversário sobre as declarações, presentes em um livro de sua autoria, de que católicos praticam “doutrinas demoníacas”. “Como alguém com tanto ódio pode querer ser prefeito do Rio?”, perguntou.
Crivella respondeu que o livro, Evangelizando a África, foi escrito há 25 anos: “A Igreja Católica da África não era a que existe aqui. Vivi um ambiente de guerra, feitiçaria e miséria”, disse. Depois, acusou Freixo de apoiar black blocs. “Ódio existe na militância do PSOL, através dos black blocs, inclusive com sangue nas mãos de cada um de vocês”, disse Crivella, referindo-se à morte do cinegrafista Santiago Andrade, em 2014. Freixo respondeu que não tem vínculo com black blocs e insistiu na vinculação do adversário com a igreja Universal, fundada por seu tio, o bispo Edir Macedo.
Freixo também fez questão de lembrar da presença de Rodrigo Bethlem, acusado de desviar dinheiro da prefeitura na gestão de Eduardo Paes, na campanha do adversário. Ele questionou o apoio declarado na internet, de Carminha Jerominho, filha do vereador preso em 2012 acusado de integrar a milícia: “Recentemente, um grupo miliciano foi para a internet abertamente te apoiar e você disse que o apoio era bem-vindo. Por que a milícia está apoiando você?”. Crivella, visivelmente irritado, respondeu: “É impressionante o que você é capaz de fazer para ter o poder. Não vou descer o nível e dizer que você é canalha, safado, vagabundo. Não vou fazer isso”.
No segundo bloco, com perguntas de jornalistas, Freixo teve que se explicar sobre a polêmica envolvendo militantes do Psol, que chamaram de genocida o ex-primeiro ministro israelense Shimon Peres. “Esse texto não é do Psol, mas de um grupo do qual eu discordo”, disse o candidato. Já Crivella foi questionado sobre o apoio de Anthony Garotinho (PR) em sua campanha: “De novo essa lenga-lenga. Vou repetir, o Garotinho não terá espaço no meu governo”, repetiu, impaciente, três vezes.
O clima atenuou nos dois últimos blocos, quando os candidatos responderam perguntas de eleitores sobre questões relativas à cidade. Freixo e Crivella falaram de saúde, educação, mobilidade, segurança e geração de empregos. O próximo e último encontro entre os candidatos está marcado para o dia 28, na Rede Globo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.