Economia
O novo líder do país afetará o bolso dos americanos diretamente. Democratas e republicanos discordam sobre quanto os cidadãos devem desembolsar para o governo
Seu foco é aumentar os impostos da parcela mais rica da população, especialmente dos que ganham mais de 5 milhões de dólares anuais, com foco na distribuição de renda.Também pretende simplificar e cortar impostos para pequenos comerciantes.
Emprego
Após recessões econômicas, Trump e Hillary apontam estratégias para derrubar o desemprego no país e aumentar o ganho salarial da classe trabalhadora
"Nossa medida de sucesso será o quando os salários crescem para famílias trabalhadoras e quantos americanos conseguem encontrar bons trabalhos que sustentam uma vida de classe média"
Apoia esforços para aumentar o salário mínimo e promete investir na formação de trabalhadores. Também planeja programas para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho e quer adotar a licença familiar paga, para mães ou pais, de até doze semanas.
"Vou ser o maior presidente criador de empregos que Deus já fez. Vou trazer os nossos empregos e o nosso dinheiro de volta"
Seu plano para diminuir o desemprego está diretamente ligado ao corte de impostos, fator que define como principal para criar postos de trabalho. Não pretende aumentar o salário mínimo e defende que os Estados tenham liberdade para o fazer, se assim desejarem. Sobre a licença maternidade, apoia a ausência paga de seis semanas apenas para mães.
Comércio
Acordos econômicos e trados internacionais são motivo de debate constante na Casa Branca. Com quem e sob quais termos os Estados Unidos devem negociar?
"Precisamos fazer comércio com o resto do mundo. Somos 5% da população e devemos nos relacionar com os outros 95%. Comércio precisa ser recíproco, é assim que a economia global funciona"
Hillary fica "em cima do muro" em relação a acordos de livre comércio: não é completamente aberta, mas acredita ser necessário negociar com outras potências internacionais. A democrata já foi a favor Tratado Transpacífico (TTP), acordo comercial entre doze nações defendido por Obama, mas agora se opõe à parceria. Sua posição é que os acordos devem existir se beneficiarem a criação de empregos para os americanos.
"Quando Donald Trump for presidente, a China irá notar que a América está de volta na liderança dos negócios globais e que seus anos de manipulação e trapaça acabaram"
Com políticas proteccionistas, Trump se opõe a acordos internacionais de livre comércio, como o Tratado Transpacífico (TTP), e quer renegociar o Tratado Americano de Livre Comércio (NAFTA). Também promete uma "guerra econômica" contra a China, país que acusa de realizar "comércio desleal" contra os EUA e manipular sua moeda. Por isso, planeja maiores tarifas em importações de serviços e bens do gigante asiático.
Política externa
Parcerias e inimizades internacionais dividem os candidatos, que apontam com quais nações os Estados Unidos devem trabalhar lado a lado
"A OTAN é um dos melhores investimentos que a América já fez. Dos Balcãs ao Afeganistão, aliados da OTAN lutaram ao lado dos EUA, dividindo fardos e sacrifícios"
Clinton defende o papel dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e afirma que a aliança é essencial para os interesses do país na Europa. Também pretende seguir o acordo nuclear com Irã, motivo de abalo nas relações americanas com Israel. Sua relação com o presidente russo, Vladimir Putin, é tensa e Hillary acusa o país de participar do vazamento de e-mails do Partido Democrata. Também quer estender sanções contra a Rússia por sua atuação na Crimeia e é favorável ao fim do embargo à Cuba.
"Eu acredito que um alívio das tensões e melhoria nas relações com a Rússia é absolutamente possível. Alguns dizem que os russos não serão coerentes. Pretendo descobrir"
Trump quer uma relação mais próxima com a Rússia e já elogiou o presidente Vladimir Putin, razão para críticas dos democratas. Inclusive, discorda que o país esteja envolvido no vazamento de e-mails democratas. Também considera repensar o papel na OTAN, que acredita estar "custando caro" para os EUA, e pretende renegociar o acordo nuclear com o Irã. O republicano concorda com o fim do embargo à Cuba, mas diz que Obama deveria ter negociado um acordo melhor.
Imigração
Ao comandar os Estados Unidos é preciso lidar com mais de 11 milhões de imigrantes ilegais, número que cresce a cada dia e motivo de discórdia entre Trump e Hillary
"É importante que façamos uma reforma compreensiva na imigração, mas ao mesmo, paremos de deportar pessoas que estão vivendo suas vidas aqui, fazendo o seu trabalho"
Hillary promete realizar um reforma no sistema de imigração, para facilitar que os imigrantes ilegais que vivem no país consigam obter a cidadania americana. É oposta à ideia de um muro na fronteira com o México e acredita que o uso de tecnologia, como cercas inteligentes, é mais eficiente para proteger o território.
"Quando o México manda suas pessoas, não estão mandando o seu melhor. Enviam gente que tem muitos problemas e que trazem isso com eles. Eles estão trazendo drogas, crime, são estupradores"
A prinicipal proposta de Trump é a construção de um muro na fronteira com o México, pago pelo país vizinho. Também promete uma força-tarefa para expulsar os imigrantes ilegais do país, priorizando a retirada de pelo menos 5 milhões dos 11 milhões que vivem nos EUA. Planeja ainda suspender a imigração de áreas do mundo onde há um histórico comprovado de terrorismo.
Síria e EI
O próximo presidente tem a tarefa colocar fim na ameaça do grupo terrorista Estado Islâmico e definir o papel americano na guerra síria
"O EI está demonstrando nova ambição, alcance e capacidades. Nosso objetivo não é deter ou conter o EI, mas derrubá-lo e destruí-lo"
Hillary planeja cortar gastos militares. Pretende ter como alvo lideranças do EI e quer ajudar a armar os curdos e outros grupos rebeldes, que considera aliados importantes na Síria. Também acredita que os EUA deveriam ter um papel mais ativo de auxílio na crise humanitária que abate a Síria, por isso, planeja aumentar o número de refugiados que o país aceita anualmente de 10.000 para 65.000 (mantendo um critério de filtro para impedir extremistas).
"O crescimento do EI é resultado direto de decisões políticas feitas pelo presidente Obama e a secretária Clinton"
Trump propõe maiores gastos com o exército e insiste que não irá mostrar um plano detalhado de combate ao EI, pois isso entregaria o 'elemento surpresa' de sua estratégia aos extremistas. Entre os poucos planos divulgados está bombadear postos de petróleo controlados pelo grupo e trabalhar em uma estratégia conjunta com outros países, inclusive a Rússia. Também é contrário a receber um número maior de refugiados nos EUA, uma proposta de Hillary.
Controle de armas
Após novos tiroteios em massa e com a ameaça do terrorismo, a interpretação da Segunda Emenda volta para o centro da discussão política nos EUA
Quer a checagem universal de antecedentes criminais para permitir a compra de armas, seja através de lojas, festivais ou revendidas de outros cidadãos.Também apoia a proibição de armamentos de "estilo militar", como rifles de assalto e armas automáticas.
"Eu vou colocar os criminosos atrás das grades e garantir que cidadãos que obedecem as leis tenham direito à autodefesa"
Menos restrições no porte de armas e maior rapidez no processo de aquisição. Também é contrário a banir armas automáticas e quer abolir áreas livres de armamento, como escolas e bases militares. Trump é, inclusive, apoiado pela NRA (Associação Nacional de Rifles), a mais importante organização de defensores da Segunda Emenda.
Saúde
Há seis anos, Barack Obama reformou o sistema de saúde através do Obamacare. Um dos marcos de sua carreira será rediscutido com um novo presidente
É a favor do Obamacare, que prevê maior regulamentação do governo sobre as empresas de seguros de saúde, e planeja expandi-lo. Também apoia a ideia, já defendida por Obama, de criar uma opção de plano de saúde "público", adminstrado pelo governo federal. Hillary ainda promete expandir o acesso a planos de saúde para os imigrantes ilegais.
"No primeiro dia da administração Trump, pediremos ao Congresso uma revogação completa do Obamacare"
Quer banir o Obamacare e trazer uma nova solução para o sistema de saúde, focada no princípio do livre comércio das empresas de seguros privadas. Segundo Trump, isso permite maior competição, qualidade e preços menores.
Aborto
A proibição do aborto divide eleitores, instituições religiosas e grupos de saúde da mulher. Mais uma vez, Trump e Hillary se colocam em lados opostos e prometem mudanças
"Nunca vou parar de lutar para proteger a possibilidade e o direito de cada mulher neste país de tomar suas próprias decisões sobre sua saúde"
Atua em favor da liberação do aborto e defende que devem ser "seguros, legais e raros", ou seja, regulamentados e previnidos através de campanhas pelo uso de anticoncepcionais e iniciativas de saúde da mulher. Também é contrária ao corte de financiamento governamental às clínicas que realizam o procedimento, pois impediria que mulheres de baixa renda exercessem o seu direito de escolha.
Defende que o aborto deve ser ilegal (exceto em caso de estupro, incesto ou quando a vida da mulher está em perigo) e que as mulheres devem ser punidas pelo ato. Abertamente, apontou juízes para a Suprema Corte que seguem essa linha de pensamento.
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