Venezuela inova em emergência elétrica: vai mudar o fuso horário
Sem dar detalhes, presidente Nicolás Maduro anunciou a medida para tentar evitar racionamento; ações incluem represália a shoppings que não produzirem sua própria energia durante parte do dia
"Vou modificar o fuso horário da Venezuela a partir do dia 1º maio para somar na economia elétrica do país. Isto será uma medida que explicarei nos próximos dias, mas faz parte da soma de medidas para superar esta situação", disse o presidente no palácio de governo.
Maduro, que fez o anúncio durante um discurso diante de milhares de partidários em uma manifestação de respaldo a seu governo, anunciou a medida sem oferecer mais detalhes. A decisão faz parte de um plano anunciado pelo Executivo durante as últimas semanas para enfrentar a emergência elétrica que assola o país como resultado da seca ocasionada pelo fenômeno climático El Niño.
O chefe de Estado venezuelano afirmou, além disso, que deu a ordem às autoridades para aplicar medidas "drásticas" sobre os shoppings que não atenderam a ordem presidencial de gerar sua própria energia durante pelo menos nove horas ao dia. "Chegou a hora em que temos que tomar uma medida drástica de racionamento sobre 15 shoppings do país que não cumpriram a ordem", declarou.
Há mais de uma semana, Maduro ordenou que os funcionários públicos não trabalhassem às sextas-feiras para fazer uma contribuição adicional à economia de energia. Nesta quinta, o presidente venezuelano desprezou as críticas contra essa medida assegurando que ela tem um impacto grande na economia de energia.
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Maduro comentou que está fazendo "um esforço gigantesco" porque a seca dos dois últimos anos "foi brutal". A estiagem afetou gravemente a represa de El Guri, que abastece a maior hidrelétrica do país, responsável por 70% da geração.
"Estamos defendendo agora a represa de El Guri, diariamente, hora por hora. Eu não quero dramatizar, nunca farei isso, nunca fiz, mas todos os dias estou pedindo a ajuda de vocês, famílias da Venezuela", afirmou. O presidente comentou ainda que seu governo tomou muitas decisões que teve "que fazer em silêncio" porque "senão vem o império e a embaixada gringa e as sabota", em referência aos Estados Unidos.
Por fim, pediu o apoio dos venezuelanos nesta etapa de emergência para diminuir o consumo residencial elétrico, que, segundo ele, "é o mais alto da América Latina e Caribe". Os níveis de consumo dos venezuelanos foram justificados pelo próprio chefe de Estado venezuelano, que lembrou que a eletricidade na Venezuela "é praticamente de graça". Segundo o venezuelano, "chegará o momento" de aumentar as tarifas, mas essa hora "ainda não chegou".
(Com EFE)
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