Situação da economia brasileira é muito preocupante, diz Lagarde
Em entrevista à imprensa, diretora-gerente do FMI também afirmou que espera que a incerteza termine para que a economia se estabilize
"A situação da economia é muito preocupante em termos de desemprego, inflação e claramente em termos de crescimento potencial", disse ela. "Esperamos que qualquer que seja o caminho, não entrando no debate interno sobre a situação política, a incerteza seja removida e a política macroeconômica brasileira seja estabelecida em terreno estável."
Lagarde começou a entrevista falando do clima ensolarado em Washington na manhã desta quinta-feira e fazendo uma alusão com a situação econômica do planeta. "Há alguns raios de sol na economia mundial. Temos crescimento global e não estamos em crise, há sinais de que a confiança está melhorando e um número de países está crescendo a taxas razoavelmente robustas", afirmou. "Mas há alguns cantos do mundo onde está frio, em parte porque a recuperação permanece muito lenta e muito frágil." Ao falar do Brasil, ela voltou a fazer alusão ao clima e destacou a espera de uma queda de 3,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2016.
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A possível saída do Reino Unido da União Europeia foi classificada pelo FMI como um "sério risco" para a economia mundial. "Minha expectativa pessoal é que esse casamento não termine", disse ela. O Fundo deve divulgar em maio um estudo sobre os impactos dessa eventual saída, que deve ter repercussões nas relações de comércio e de investimento.
Lagarde defendeu a tese de que os governos adotem políticas fiscais, monetárias e estruturais em conjunto para tentar estimular a economia. A política monetária precisa continuar acomodatícia em alguns países, disse ela. Os juros negativos - como os adotados recentemente pelo Japão - podem até ter algum efeito positivo, mas as políticas fiscais precisam ser mais usadas pelos governos. Além disso, a dirigente ressaltou que a cooperação internacional dos governos precisa ser mais forte.
(Com Estadão Conteúdo)
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