Pular para o conteúdo principal

PSD fecha maioria pró-impeachment; Kassab vai entregar cargo na segunda

Ministro afirmou a interlocutores que "seria um desembarque fajuto” deixar a pasta na quinta-feira

Gilberto Kassab
Gilberto Kassab(VEJA)
A decisão do PSD de encaminhar voto favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, confirmada pela bancada nesta noite, será seguida por outra do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, presidente nacional do partido.
Kassab sinalizou a aliados que deixará o cargo à disposição, a exemplo de outros ministros, mas somente na segunda-feira, quando considera que "terá início um novo governo" - seja de Dilma, caso a presidente vença em plenário, seja do vice-presidente Michel Temer, que só assumiria de fato quando o Senado, autorizado pela Câmara, abrir o processo de julgamento. Kassab tomou a decisão depois de Dilma dizer que se considera "carta fora do baralho" se perder no plenário da Câmara.
O ministro comentou com interlocutores que "não faria sentido nenhum" e que "seria um desembarque fajuto" deixar o ministério na quinta-feira para ser exonerado apenas um dia antes de o impeachment começar no plenário da Câmara dos Deputados e logo depois de o PSD recomendar voto pelo afastamento da presidente.
Ele decidiu procurar a presidente, pessoalmente, ainda nesta quarta-feira para conversar sobre as duas decisões. Kassab quer descolar os movimentos e evitar ser "ridicularizado" com a pecha de fisiologista - uma de suas principais preocupações desde a criação, com apoio do governo, do PSD. Para o ministro, o partido se manifestou coletivamente pró-impeachment por meio da bancada. Mas ele, pessoalmente, quer permanecer leal a Dilma até domingo. Dois deputados do partido confirmaram ao site de VEJA que Kassab relatou na reunião matinal que entregar o cargo agora seria "oportunismo".
Desde dezembro, Kassab vem se mantendo recluso no cargo e discreto no papel de articulador do Planalto. Ele já havia comunicado aos ministros mais próximos da presidente que não controlava mais grande parte da bancada, fortemente influenciada pelos governadores. Na prática, ele ainda conseguiu liberar os deputados governistas do PSD para ficarem pró-Dilma.
O líder da bancada, Rogério Rosso (DF), que presidiu a Comissão Especial do Impeachment, disse que Kassab "terá apoio da bancada qualquer que seja sua decisão" e que a manutenção do ministério e a decisão da bancada contra Dilma "são questões distintas" e devem ser comunicadas em momentos diferentes. "O ministro deixou bem claro que a bancada será soberana em todas as suas decisões e, ao mesmo tempo, a bancada não cobra do Kassab nenhuma posição, porque essa é uma questão da executiva do partido e do próprio ministro", disse Rosso.
Rosso afirmou ainda que o PSD decidiu apoiar o impeachment e orientar o voto pela admissibilidade do relatório contra Dilma por causa da relevância do processo. "Essa é uma votação de imensa responsabilidade, em que precisa ser marcada uma posição, e o PSD não se sentiria confortável em manter o voto liberado. Portanto, ele marca uma posição de bancada pela admissibilidade", disse.
Dos 38 parlamentares que devem votar no domingo, sete devem ir contra a orientação e estão livres de punição: Sérgio Brito, Paulo Magalhães, José Nunes, Fernando Torres e Antonio Brito (todos da Bahia), Domingos Neto (CE) e Fábio Mitidieri (SE).
TAGs:
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...