Pular para o conteúdo principal

AGU tentará desqualificar relatório e sessão da Câmara que deu continuidade a impeachment

Cardozo afirma que, como no Senado será avaliado também o mérito da denúncia, o direito de defesa nesta fase deve ser mais rígido

José Eduardo Cardozo
Advogado Geral da União José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva em São Paulo - Reuters)
O ministro da Advocacia-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira que pretende contestar no Senado tanto supostas "debilidades" do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que na comissão especial da Câmara defendeu a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, quanto a sessão plenária que, no domingo, aprovou a admissibilidade da denúncia pelo placar de 367 votos favoráveis a 137 manifestações contrárias, ausências e abstenções.
Na avaliação de Cardozo, como a fase do processo de impeachment no Senado incorpora avaliações de mérito sobre os crimes de responsabilidade atribuídos Dilma, o direito de defesa nesta etapa deve ser observado com maior rigor. O AGU afirma que fará uma exposição dos argumentos de defesa da presidente Dilma na comissão especial que será instalada na próxima segunda-feira, mas senadores do PT pressionam para que Cardozo seja ouvido também em plenário, antes da votação que pode levar ao afastamento de Dilma por até 180 dias e na deliberação do libelo acusatório, quando o julgamento final do impeachment é levado a cabo.
"Haverá um momento em que faremos a defesa na comissão especial, acredito que é o correto. No próprio Senado Federal temos um rito, como o próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu, em que o direito de defesa é mais rígido do que aconteceu na Câmara", afirmou o ministro depois de reunião com senadores governistas. "[Na Câmara] A defesa nós fizemos na comissão especial e antes do relatório, embora eu tenha falado sobre o relatório na comissão especial e no plenário. Na nossa defesa agora nós vamos incorporar as incongruências do relatório que foi aprovado e as debilidades do relatório e ainda [argumentar sobre] a sessão de julgamento com outras questões", disse.
Na tarde desta terça-feira, o processo de impeachment contra a presidente foi lido no plenário do Senado pouco antes das 17 horas. Com isso, até sexta-feira blocos partidários devem apresentar os nomes que deverão compor a comissão especial. Esse colegiado, composto de 21 senadores titulares e 21 senadores suplentes, será formado na seguinte proporção: cinco vagas para o PMDB, quatro vagas para o bloco PSDB-DEM-PV, quatro vagas para PT-PDT, três vagas para PSB-PPS-PCdoB-Rede, duas vagas para PR-PTB-PSC-PRB-PTC e três vagas para PP-PSD.
Com a eleição da comissão processante do impeachment, em chapa única, na segunda-feira, está aberto o caminho para que o colegiado já se reúna para a eleição do presidente e do relator. Nessa etapa, os partidos devem disputar cargos-chave. O governo, por exemplo, gostaria de um aliado no cargo de presidente para poder controlar o andamento dos trabalhos, forçar que sejam ouvidos novamente o advogado-geral da União e os juristas que apresentaram o pedido de impeachment e, com isso, arrastar o trabalho da comissão por todo o prazo de até dez dias úteis. O PMDB também exige controlar um dos postos-chave por ser a maior bancada, assim como o PP e o PSDB.
A comissão processante dita o ritmo da instrução processual, dá o parecer sobre a admissibilidade do processo de impeachment e tem prazo de até dez dias úteis para concluir essa etapa do processo. No processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, a comissão se reuniu, elaborou o parecer e votou o texto contra o então presidente no mesmo dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p