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Réu por três crimes no petrolão, Vaccari entrega defesa a Moro

Ex-tesoureiro do PT já acumula 15 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras

João Vaccari Neto durante acareação na CPI da Petrobras em Curitiba
João Vaccari Neto durante acareação na CPI da Petrobras em Curitiba
Réu pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo de corrupção da Petrobras, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto entregou nesta terça-feira ao juiz federal Sergio Moro as alegações finais de sua defesa. A peça assinada pelo advogado Luiz Flávio D'Urso pede a absolvição de Vaccari argumentando que Moro não é o juiz competente para julgar a ação penal e afirma que a denúncia do Ministério Público Federal se baseia "apenas nas precárias informações conseguidas por meio de delações premiadas". Preso desde abril de 2015, Vaccari foi condenado em setembro a 15 anos e quatro meses de prisão por seu envolvimento no petrolão.
Quanto à alegada falta de competência de Sergio Moro, a defesa do ex-tesoureiro petista aponta que há réus com foro privilegiado em processos relacionados e, por isso, a ação deveria ser remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, segundo os advogados de Vaccari, o local onde a maioria dos crimes ocorreu é São Paulo e não deveriam ser apreciados pela Justiça Federal do Paraná.
A defesa também enumera depoimentos de delatores da Lava Jato como o doleiro Alberto Yousseff, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o empresário Gerson Almada e o lobista Júlio Camargo, destacando trechos em que todos eles dão declarações imprecisas a respeito da atuação de Vaccari junto à diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Renato Duque. Para os advogados de João Vaccari, as citações são "frágeis e carentes de demonstração fática, pois nada, absolutamente nada, corroborou tais delações".
Na denúncia do Ministério Público Federal, no entanto, a força-tarefa da Lava Jato cita a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em que ele afirma que cerca de 1,6 milhão de reais pagos pela empreiteira à JD Assessoria, do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, foram compensados com valores da cota da propina devida a Vaccari por contratos da UTC com a Petrobras. "Digno de destaque a afirmação de Ricardo de que João Vaccari já tinha conhecimento de que seria feita a compensação dos valores citados e anuiu com a prática, o que denota que os envolvidos na transação, sobretudo José Dirceu, tinham ciência da origem os valores movimentados Petrobras", ressalta o MPF.
Além de Vaccari, são réus na ação penal por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro José Dirceu, os executivos da Engevix Gerson Almada, José Antunes Sobrinho e Cristiano Kok, o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto Marques, o 'faz-tudo' do petista, e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

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