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'Dilma inverte sua posição de autora em vítima', diz oposição

Presidente disse a jornalistas estrangeiros nesta manhã que era vítima de um processo sem base legal; PMDB divulgou nota de repúdio às suas declarações

Romero Jucá (PMDB-RR), 2º vice-presidente do Senado`
Senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente do PMDB()
O PMDB engrossou o tom para rebater o discurso do governo de que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é um "golpe". O partido emitiu nesta terça-feira uma nota de repúdio à entrevista que a presidente concedeu pela manhã a veículos de imprensa internacionais, na qual disse que o país tem um "veio golpista adormecido". O texto, que foi assinado pelo PMDB e outros treze partidos, entre eles PSDB, PSB e PSD, critica a tentativa da presidente de "desqualificar" a decisão da Câmara de dar continuidade ao processo de afastamento contra ela. Segundo a nota, Dilma "inverte a sua posição de autora (de crimes) em vítima".
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"A vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da Comissão Especial, na decisão do Plenário da Câmara dos Deputados, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira", diz o texto. A jornalistas estrangeiros, Dilma afirmou que não cometeu crime de responsabilidade e que está sendo vítima de um processo "sem base legal" e de uma "flagrante injustiça".
O presidente do PMDB e um dos maiores defensores do vice Michel Temer, senador Romero Jucá, é o que aparece em primeiro como signatário do texto. Ele disparou hoje contra as declarações da presidente, dizendo que ela tenta vender um "quadro falso" do que está acontecendo no país para a comunidade internacional. "Ela já estragou o país aqui dentro e agora quer estragá-lo lá fora. Ela pensa: 'Já que eu não estou mais no barco, vou afundá-lo'", disse Jucá. "Ela fala de um golpe que não existe. Esse alarde internacional só teve o apoio de Nicolás Maduro, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner", afirmou ele, completando que os mandatários "não são boas companhias".
No texto, os partidos consideram que a pedalada fiscal, que fundamenta o pedido de impeachment, é "um dos maiores crimes que podem ser praticados por uma mandatária" por atingir todo o país.
Confira a nota na íntegra:
1. Os partidos políticos adiante identificados, através de seus líderes ou representantes partidários na Câmara dos Deputados, vêm a público para REPUDIAR DE FORMA VEEMENTE o triste espetáculo a que a Nação assistiu, na manhã desta terça-feira, encenado pela Sra. Presidente da República, perante correspondentes da imprensa estrangeira no país, em que procurou desqualificar a soberana decisão da Câmara dos Deputados do Brasil, no último dia 17, quando esta, obedecendo fielmente ao regramento estabelecido pelo STF - Supremo Tribunal Federal -, autorizou o processamento da denúncia formulada contra ela por prática de crimes de responsabilidade, nos termos dos arts. 85, VI e 167, V, da Constituição Federal, e arts. 10, item 4 e 11, item 2 da Lei nº 1.079/50, em razão da abertura de créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional, bem como no art. 11, item 3 da Lei 1.079/50, em razão da contratação ilegal de operação de créditos, as chamadas "pedaladas fiscais".
2. A Sra. Presidente da República insistiu no erro de tachar de "ilegal" e "golpista" a ação dos senhores deputados, omitindo propositadamente que o rito do impeachment foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos das inúmeras e frustradas tentativas de seu governo de impedir a atuação do Poder legislativo. O Impeachment foi chancelado pela Suprema Corte do Brasil.
3. O parecer da Comissão Especial relatado pelo Deputado Jovair Arantes, que demonstra os crimes de responsabilidade por ela cometidos, restou aprovado pela contundente maioria de 367 votos, dentre os 513 representantes do povo brasileiro.
4. A Câmara dos Deputados autorizou para que o Senado Federal dê andamento no processo e promova o julgamento da Sra. Presidente, onde ela terá, novamente, amplo direito de defesa, sob o comando do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
5. A Sra. Presidente da República desconsidera que está sendo acusada de ter cometido um dos maiores crimes que podem ser praticados por uma mandatária, já que a vítima, no caso, é toda a nação. Para defender-se ela inverte sua posição de autora em vítima.
6. A vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da Comissão Especial, na decisão do Plenário da Câmara dos Deputados, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira.
Brasília, DF, 19 de abril de 2016
PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO - PMDB - SENADOR ROMERO JUCÁ - PRESIDENTE EM EXERCÍCIO
PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB - LÍDER ANTÔNIO IMBASSAHY
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO - PSD - LÍDER ROGÉRIO ROSSO
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB - LÍDER FERNANDO COELHO FILHO
DEMOCRATAS - DEM - LÍDER PAUDERNEY AVELINO
PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO - PRB - MARCOS PEREIRA - PRESIDENTE NACIONAL
PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - PTB - LÍDER JOVAIR ARANTES
SOLIDARIEDADE - SD - LÍDER GENECIAS NORONHA
PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL - PTN - RENATA ABREU - PRESIDENTE NACIONAL
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO - PSC - LÍDER ANDRÉ MOURA
PARTIDO POPULAR SOCIALISTA - PPS - LÍDER RUBENS BUENO
PARTIDO VERDE - PV - LÍDER SARNEY FILHO
PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL - PROS - LÍDER RONALDO FONSECA
PARTIDO SOCIAL LIBERAL - PSL - LÍDER ALFREDO KAEFER

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