Pular para o conteúdo principal

SIL PEC do Orçamento reduz autonomia para investimentos, dizem analistas

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada na terça-feira na Câmara, não aumenta as despesas públicas, mas reduz a autonomia de investimento do governo federal e tira o poder de barganha do Executivo, engessando ainda mais um Orçamento que já tem 93% de despesas obrigatórias, avaliam analistas ouvidos pelo Estado. Se sobreviver ao Senado, a PEC vai dar maior controle dos gastos federais aos parlamentares, obrigando o pagamento de despesas para políticas públicas. O texto força o governo a executar emendas das bancadas estaduais, assim, os representantes podem destinar mais recursos para obras ou ações em suas bases eleitorais. A PEC precisa passar ainda pelo Senado. Isso não quer dizer que a despesa vai aumentar, porque o teto de gastos impôs um limite, explica o economista Bráulio Borges, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). “Mas, nessa queda de braço, o Congresso ganhou mais poder e o Executivo perdeu a chance de barganhar com os parlamentares a aprovação de emendas.” Quase 93% do Orçamento deste ano, de R$ 1,4 trilhão, é de despesas obrigatórias. O restante é para investimentos e o custeio da máquina pública. Com a PEC, o engessamento seria de 97%. Bolsa fecha em queda de 3,6%, segundo maior recuo desde a greve de caminhoneiros. Borges lembra que os investimentos federais já estão no menor nível desde o início da série histórica. “Com os 3% do Orçamento que sobrariam ao governo, pouco poderia ser feito. Essa margem, é claro, poderia aumentar com a reforma da Previdência, que cortaria despesas.” O ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento Raul Velloso avalia que, apesar de respeitar o teto, a aprovação da PEC passa um sinal negativo. “O governo deve reencontrar o caminho de negociação com o Congresso.”
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular