Pular para o conteúdo principal

Parlamento britânico rejeita ‘última chance’ de acordo do Brexit

A proposta rejeitada por 344 votos contra 286 era uma versão simplificada da que já foi derrotada em duas ocasiões pelo Parlamento



O acordo da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, para a saída da União Europeia sofreu sua terceira derrota nesta sexta-feira, 29. A proposta rejeitada por 344 votos contra 286 era uma versão simplificada da que já foi derrotada em duas ocasiões pelo Parlamento.
Tentando aumentar seu apoio, May excluiu a declaração política que definia o futuro da relação entre o Reino Unido e os países-membros do bloco europeu depois do divórcio. O Partido Trabalhista, principal força de oposição à líder britânica, se mostrou contrário a divisão do acordo afirmando que ela representa um “Brexit às cegas.”
O porta-voz trabalhista para o Brexit, Keir Starmer, afirmou ao programa BBC Today que “tirar a declaração política faz com que os parlamentares não saibam pelo que estão votando.”
Mais de 13 protestos estão marcados para a região de Westminster nesta sexta, o dia originalmente agendado para que o Reino Unido deixasse a União Europeia. A nova votação do acordo de May irá começar às 14:30 no horário local (10:30 no horário de Brasília).
A polêmica questão da fronteira entre as Irlandas, o chamado backstop, está na parte que será deliberada hoje. Assim como um acordo financeiro de 39 milhões de libras, detalhes do período transitório até o final de 2020 e garantias sobre os direitos de cidadãos europeis e britânicos. Por outro lado, questões como o futuro da livre circulação de bens e pessoas ficariam em aberto, já que estavam na parte extraída do documento.
O Parlamento recebeu um alerta do governo de que esta é a “última chance” de garantir um Brexit com acordo no dia 22 de maio. O Secretário de Jutiça britânico, Geoffrey Cox, disse à Câmara dos Comuns que eles devem aprovar os termos da primeira-ministra até às 23 horas, no horário de Londres, se querem “assegurar seu direito jurídico” a uma extensão do prazo para a retirada da União Europeia.
Na última sexta-feira 22, o Conselho Europeu concordou em adiar o Brexit até o dia 22 de maio com a condição de que o acordo negociado por May fosse aprovado até o fim desta semana.
Caso contrário, os líderes europeus ofereceram uma postergação mais modesta, até o dia 12 de abril. Na data, o Reino Unido teria que confirmar se irá indicar candidatos para as eleições do Parlamento Europeu que acontecerão em junho e quais serão seus próximos passos em relação ao Brexit.
Liam Fox, ministro do Comércio e parlamentar do Partido Conservador, afirmou que esta é a “última chance” da Casa votar “no Brexit como nós o entendemos.”
O ministro ainda afirmou que o Parlamento deve considerar o “abismo de desconfiança” que um divórcio fracassado criaria entre a classe política e o povo britânico, que aprovou a saída da União Europeia em um referendo de 2016.
Para vencer a votação, May precisa do apoio de centenas de parlamentares pró-Brexit da coalizão governista e do voto de mais de 20 parlamentares do Partido Trabalhista, de oposição. Mas o Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), que sustenta a maioria parlamentar da primeira-ministra, afirmou que não mudará de ideia e que suas 10 votarão contra o acordo.
O presidente do Parlamento, John Bercow, disse que a casa não votará nenhuma emenda na tarde de hoje, dedicada apenas ao acordo de May.

Enquanto a premiê busca salvar seu pacto e alguns parlamentares tentam assumir o controle do processo, milhares de defensores da separação planejam protestar no centro de Londres com uma marcha sobre a “Traição do Brexit” liderada pelo ativista Nigel Farage que terminará diante do Parlamento.
Em meio ao caos, May combinou com a UE adiar o Brexit de 29 de março, a data planejada originalmente, para 12 de abril, e existe um novo adiamento para 22 de maio na mesa se ela conseguir que os parlamentares ratifiquem seu pacote de saída nesta semana.
A libra esterlina caiu para 1,3004 dólar, seu menor valor em três semanas.
Na quarta-feira, May prometeu renunciar se seu acordo for aprovado, mas nem isso convenceu de imediato muitos parlamentares pró-Brexit de seu partido.
(Reportagem adicional de Kate Holton)
(com Reuters)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular