Pular para o conteúdo principal

Investigação contra Cunha e Henrique Alves é enviada à Lava Jato na primeira instância

FotoAgência Câmara
Eduardo Cunha e Henrique Alves
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para a 13ª Vara Federal de Curitiba, sede da Operação Lava Jato, investigações contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves em torno de suposta propina envolvendo o contrato administrativo associado ao Plano de Ação de Certificação em Segurança Meio Ambiente e Saúde (PAC SMS). O inquérito foi instaurado por Fachin com base nas delações da Odebrecht, e cita suspeitas que envolvem cerca de 20 milhões de dólares. À época da delação, colaboradores também mencionaram “a possível participação” do ex-presidente Michel Temer na reunião em que estariam Cunha e Alves, ocorrida em 2010 em São Paulo. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot, quando pediu a abertura do inquérito, em 2017, frisou que Temer, por ocupar o cargo de presidente da República, não poderia ser investigado uma vez que os fatos diziam respeito a um período anterior ao mandato — de acordo com a Constituição da República. Segundo a PGR, há elementos de prova que indicam que Cunha e Alves, no âmbito do esquema de corrupção instaurado dentro da Petrobras, teriam solicitado em 2010 a executivos da Odebrecht repasse de valores em contrapartida ao apoio político concedido à empreiteira no contrato relativo ao PAC SMS. Com a decisão de agora, no entanto, não mais a PGR, e sim a Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba, pode analisar os relatos sobre a possível participação de Temer na reunião com Cunha e Alves. O ex-presidente já é investigado em dez inquéritos — nove deles na Justiça Federal, espalhados entre as unidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Temer foi solto na última segunda-feira quatro dias após ser preso por decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em uma operação da Lava Jato no Rio de Janeiro que apura corrupção e outros crimes relacionados à usina nuclear de Angra 3, localizada no Estado. O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da Segunda Região, apontou que não havia fundamentos novos para justificar a prisão, pois os fatos datavam de alguns anos atrás. Sobre os supostos crimes cometidos por Cunha e Alves, Fachin cita que o entendimento da PGR está baseado em um relatório do setor de pesquisa e análise da procuradoria, no qual se assentou “que dos US$ 32 milhões de dólares supostamente repassados pela Odebrecht ao MDB”, cerca de US$ 20 milhões foi pago no exterior a partir de contas bancárias em nome de uma offshore vinculada à Odebrecht, além de outras quatro offshores também vinculadas à empreiteira. Para a PGR, o documento inter relaciona, no aspecto temporal, os depósitos feitos no estrangeiro com a suposta reunião entre os executivos da Odebrecht S/ A e os agentes da bancada do MDB, que teria ocorrido em julho de 2010. Além disso, para a Procuradoria, a análise também identifica que expressivos valores transferidos com tal modus operandi teriam circulado na mesma conta bancária em que haviam sido operacionalizados, no ano anterior, repasses a Cunha e Alves. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, que está preso, já foi condenado no âmbito da Lava Jato. Em outra ação, ele e Alves foram condenados em processo derivado da Operação Sépsis, que investiga desvios no Fundo de Investimento do FGTS.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...