Haddad vira alvo dos rivais em debate presidencial
Foto: Gustavo Cabral/A12
Fernando Haddad, ao centro, participa de seu primeiro debate presidencial como candidato do PT
Com a ausência de Jair Bolsonaro (PSL), o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, foi o alvo principal dos adversários durante o debate presidencial realizado na noite desta quinta-feira, 20, pela TV Aparecida, na cidade do interior paulista. Estreante num encontro entre os presidenciáveis, Haddad foi questionado sobre denúncias de corrupção envolvendo petistas e a crise econômica originada no governo da presidente cassada Dilma Rousseff. Haddad assumiu a candidatura presidencial do PT somente no dia 11 deste mês, em substituição a Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato e barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme as mais recentes pesquisas, ele está em segundo lugar nas intenções de voto, atrás do líder Bolsonaro – o candidato do PSL permanece internado se recuperando de uma facada. O debate desta quinta-feira, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Santuário Nacional de Aparecida, também foi marcado pelo primeiro confronto direto entre Haddad e o tucano Geraldo Alckmin. O petista questionou Alckmin sobre sua posição em relação à reforma trabalhista e a emenda do Teto dos Gastos, aprovada no governo Michel Temer, com apoio do PSDB. O ex-governador aproveitou a deixa para responsabilizar Dilma tanto pela crise econômica que gerou 13 milhões de desempregados quanto pelo fato de Temer ser o presidente. “Não precisaria a PEC do teto se não fosse o vale-tudo do PT que não tem limites para ganhar a eleição. São 13 milhões de desempregados, herança da Dilma e do PT. Quebraram o Brasil. O petrolão foi o maior escândalo do mundo”, disse Alckmin. O petista disse que, se eleito, vai revogar a reforma trabalhista e o teto dos gastos e se defendeu citando mais uma vez a entrevista do ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati ao Estado. “Quem se uniu ao Temer para trair a Dilma foi o PSDB. Ele que colocou o Temer com um programa totalmente contrário ao que foi aprovado nas urnas. Tasso Jereissati assumiu que o PSDB sabotou o governo desde a reeleição”, disse Haddad. Henrique Meirelles (MDB), em outro momento, também afirmou que a crise “criada pelo governo da Dilma foi construída pela aplicação do programa do PT”. “Estamos vivendo o momento em que o Brasil saiu do fundo do poço, mas ainda tem milhões de desempregados.” Haddad retrucou lembrando que o emedebista foi durante oito anos presidente do Banco Central no governo Lula. “Considero a ingratidão um dos maiores pecados da política.”
Estadão
Comentários
Postar um comentário