Pular para o conteúdo principal

Decano da força-tarefa deixa Lava Jato atirando contra STF e Congresso

/ Estadão
Carlos Fernando dos Santos Lima
O decano da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Carlos Fernando dos Santos Lima pediu baixa. Aos 54 anos, o mais antigo dos 13 membros do Ministério Público Federal responsáveis pelas acusações criminais e cíveis originárias do escândalo Petrobrás se afastou há dez dias das funções na equipe: a de supervisor, porta-voz e um dos principais estrategistas das negociações de acordos de delação premiada. Na quarta-feira, 12, uma semanas antes de conceder entrevista exclusiva ao Estado, o procurador regional da República deu pela última vez expediente, na mesa ao funda da sala do final do corredor à esquerda de quem entra no QG da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, no oitavo andar do Edifício Patriarca. Foi o dia final de retirar documentos, das gavetas, das pilhas acumuladas sobre a mesa, copiar arquivos eletrônicos do computador para um HD externo de memória e de se despedir dos colegas. Carlos Lima pediu para sair. Vai aguardar a aposentadoria, prevista para março de 2019, ano em que mudará de lado no balcão: especialista em delações premiadas – foi ele que em 2003 com o colega Vladimir Aras construiu o primeiro acordo clausulado da história, feito com o doleiro Alberto Youssef no Caso Banestado – passará a atuar no mercado privado, como consultor de empresas, governos e entidades na área de compliance (sistema que visa a conformidade legal com ações e medidas preventivas). “Estou numa opção de afastamento das informações, não terei mais acesso e não querem nem que me contem mais nada, eu tenho que me afastar”, explica Carlos Lima, nessa entrevista feita na última sexta-feira, 21, quando participou de seu último evento com outros três membros da Lava Jato: uma palestra para investidores, em uma salão de eventos lotados em São Paulo. “Afastamento não é só das funções, mas é físico da força-tarefa, que é o que mais me dói”, contou Carlos Lima, nos primeiros minutos de conversa. Depois de dividir o palco pela última vez com os colegas de força-tarefa, Carlos Lima falou com a reportagem inicialmente em uma sala reservada aos convidados do evento e depois no carro a caminho do aeroporto, para retornar à Curitiba, onde mora.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular