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Síria aceita plano de paz em meio à violência na fronteira com o Líbano

Kofi Annan diz que Assad concordou com proposta que prevê cessar-fogo e início de diálogo, mas choques continuam

O governo da Síria aceitou um plano de paz negociado pelo enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan. A proposta prevê um cessar-fogo por parte das forças de segurança sírias, mas nesta terça-feira violentos confrontos foram registrados em várias áreas do país, principalmente na fronteira com o Líbano.
“O governo sírio escreveu ao enviado para aceitar seu plano de seis pontos, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU", afirmou o porta-voz de Annan, Ahmad Fawzi, em comunicado. "Annan escreveu ao presidente Assad para pedir ao governo sírio a aplicação imediata de seus compromissos.”
Em visita à China, Annan confirmou a resposta positiva do governo sírio e pediu a colaboração do governo chinês para a aplicação do plano de paz.
Leia também: EUA e Turquia querem prover assistência 'não letal' para oposição síria

Foto: AP
Rebelde sírio monta guarda em frente a prédio danificado em bairro de Homs (25/03)

O plano de seis pontos negociado por Annan inclui acesso livre para assistência humanitária, libertação de prisioneiros e o início de um diálogo para pôr fim à crise.
Um integrante do Conselho Nacional Sírio, órgão da oposição, disse esperar que a notícia da aceitação da proposta represente um passo em direção à paz. Outros opositores, porém, se mostraram mais céticos e disseram que o regime do presidente Bashar Al-Assad apenas tenta ganhar tempo.
Nesta terça-feira, a agência oficial síria, Sana, afirmou que Assad fez uma visita a Baba Amr, bairro da cidade de Homs que chegou a ser controlado pela oposição e foi alvo de uma brutal operação militar. Não foram divulgados detalhes sobre a visita.


Moradores disseram que os confrontos entre as forças de segurança e a oposição ganharam força na região próxima à fronteira com o Líbano. Testemunhas afirmaram que tropas sírias destruíram casas e dispararam granadas, chegando a passar para o território libanês.
Duas autoridades libanesas ouvidas pela Associated Press negaram que os soldados sírios tenham cruzado a fronteira, mas afirmam que tiros foram ouvidos na região.
Ajuda 'não letal'
Na segunda-feira, a Casa Branca anunciou nesta segunda-feira que Turquia e Estados Unidos planejam prover assistência “não letal”, como equipamentos de comunicação e suprimentos médicos, para grupos de oposição dentro da Síria, e tentará convencer outros aliados a fazer o mesmo, de acordo com o jornal americano The New York Times.
Em mais um sinal de que as relações entre Turquia e Síria não vão bem, o Ministério das Relações Exteriores sírio anunciou nesta segunda-feira que Ancara retirará seu corpo diplomático de Damasco e fechará sua embaixada.
Com a medida, a Turquia se junta a um grupo de países, incluindo os EUA, membros da União Europeia e a Liga Árabe, que tomaram passos semelhantes para apofundar o isolamento diplomático do governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
O fechamento da embaixada turca ocorre dias antes da conferência que a Turquia planeja para 1º de abril em Istambul reunindo os chamados “Amigos da Síria”, grupo cujos membros pedem a renúncia de Assad. Oficiais turcos disseram que a embaixada foi fechada devido à deterioração da segurança na capital síria, onde os confrontos entre forças leais a Assad e opositores se intensificaram na última semana.
Nesta terça-feira, a Turkish Airlines anunciou que suspenderá voos para a Síria a partir de domingo, numa medida que segue a decisão do governo turco de fechar sua embaixada em Damasco e de pedir aos seus cidadãos que deixem o país. Os voos para Damasco e Aleppo serão suspensos, afirmou a assessoria de imprensa da companhia aérea.

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