Pular para o conteúdo principal

Crise da dívida pública da zona do euro não está superada, diz OCDE

Organização afirma que bancos continuam fracos e níveis de dívida em alta.
Relatório da OCDE defende que região precisa de reformas ambiciosas.


A crise da dívida pública da zona do euro não está superada, apesar de os mercados financeiros terem se acalmado este ano, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira (27), com um alerta de que os bancos do bloco permanecem fracos, que os níveis de dívida ainda estão aumentando e que as metas fiscais estão longe de serem asseguradas.
Fracas condições financeiras, a consolidação fiscal e ajustes econômicos estão restringindo a demanda antes que os benefícios sobre a estabilidade e crescimento sejam sentidos"
Angel Gurría, secretario da OCDE
Na medida em que a zona do euro se encaminha para sua segunda recessão em apenas três anos, a OCDE disse que a região de 17 países precisa de reformas econômicas ambiciosas e que não há espaço para complacência.
"A confiança do mercado na dívida soberana da região do euro é frágil", disse o centro de estudos econômicos sediado em Paris em relatório sobre a situação da saúde da zona do euro. "A perspectiva para o crescimento é excepcionalmente incerta e depende da resolução da crise de dívida soberana", disse a OCDE.
"Fracas condições financeiras, a consolidação fiscal e ajustes econômicos estão restringindo a demanda no curto prazo antes que os benefícios a longo prazo sobre a estabilidade e crescimento sejam sentidos", disse o secretario geral da OCDE, Angel Gurría. "A ação decisiva para restaurar a confiança e apoiar a procura é necessário agora."

Expectativa de crescimento
Diferentemente das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia, a OCDE prevê crescimento de 0,2% no bloco em 2012, em vez de uma contração absoluta. Para 2013, a expectativa é que
Embora os economistas internacionais estejam divididos sobre quão profunda será uma eventual recessão neste ano, a maioria concorda que a fraca confiança empresarial e a austeridade orçamentária estão minando o poder de compra das famílias europeias, puxando para cima o desemprego e deixando a demanda da Ásia e dos Estados Unidos como motor do crescimento.
Dois anos após iniciada a epopeia da dívida soberana da zona do euro, o compromisso dos líderes da União Europeia com a disciplina fiscal e os estímulos do Banco Central Europeu (BCE) de 1 trilhão de euros para os bancos esfriaram o pânico nos mercados financeiros que no final do ano passado, o que havia conduzido os yields dos títulos italianos e espanhóis para níveis quase insustentáveis.
Os níveis de dívida governamental da zona do euro devem atingir 91% da produção econômica no próximo ano, ainda que o bloco cumpra alguns dos mais profundos programas de austeridade em meio século, e bem acima dos limites da União Europeia para uma economia saudável.
A OCDE, que acompanha as economias industrializadas para promover o crescimento, alertou que metas de corte de déficit precisam atingir um equilíbrio com o que é realista e politicamente possível, ou os sistemas de imposição da União Europeia perderão credibilidade.
A zona do euro deve "fixar planos orçamentários de médio prazo mais detalhados e confiáveis", disse a OCDE. A crise pode ter aumentado a determinação dos formuladores de políticas para impor austeridade, mas as recessões neste ano nos países do sul da Europa podem dificultar para os líderes da zona do euro e para a Comissão Europeia imporem sanções sobre os estados-membros que não atingirem as metas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.