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Vice-prefeito Bruno Reis, que deve ser lançado candidato a prefeito de Salvador na primeira semana de janeiro

O ‘desejo’ de Natal da oposição para Neto, por Raul Monteiro*

EXCLUSIVAS
Há pelo menos um desejo que, principalmente adversários, mas também uma pequena parcela dos aliados e quase aliados do prefeito ACM Neto (DEM) passaram a compartilhar nesta semana de Natal: a postergação do anúncio de Bruno Reis, seu atual vice, como candidato oficial do Thomé de Souza à sucessão municipal. Por razões diversas, que se afunilam em torno de um principal motivo para estes grupos tão distintos quanto determinados, seria o melhor presente que, como um verdadeiro Papai Noel atrasado, o democrata poderia dar a todos eles de uma única vez, neste período de comemorações aparentemente desinteressadas.
Até os insetos que por vezes circulam na sede oficial do governo de Salvador, na Praça Municipal, sabem que Neto já definiu Bruno como seu candidato à sucessão municipal há tempos e que, depois de muita ponderação, decidiu estabelecer a primeira semana de janeiro, especialmente o dia 6 do primeiro mês do próximo ano, como data para lançá-lo oficialmente na disputa pelo comando da Prefeitura. Conta para isso não apenas com a confiança na sua competência política e administrativa, a qual o vice pode demonstrar nos cargos executivos para os quais foi indicado por ele na gestão atual, e com sua conhecida lealdade e amizade.
As primeiras pesquisas de intenção de voto divulgadas este ano colocando Bruno como favorito nas intenções de voto à Prefeitura funcionaram como uma confirmação cabal de que a estratégia montada pelo prefeito até aqui, inclusive afastando de seu próprio campo o florescimento de eventuais competidores, de forma a focar exclusivamente em seu fortalecimento, ainda que de forma extra-oficial, foi simplesmente impecável, aliás, muito mais efetiva do que o modelo utilizado normalmente por gestores que planejam eleger sucessores, os quais passam a despontar em geral em sondagens eleitorais depois de terem seus nomes anunciados e trabalhados em campanhas.
Com um quadro assim favorável ao seu planejamento político, o prefeito, portanto, não teria motivos para promover qualquer atraso no calendário que cuidadosamente montou sobre ele, ainda mais que, atuando desta forma, estará dando a largada num processo para o qual, segundo indicam todas as evidências, a oposição liderada pelo governador Rui Costa (PT), como fez na campanha em que Neto se reelegeu, em 2016, sequer se preparou, chegando a momento crucial para a definição do enfrentamento sem saber que tipo de estratégia ou estratégias adotará para tentar derrotá-lo nas eleições de outubro do ano que vem.
Reside aí precisamente a razão porque as oposições gostariam de ver o prefeito atrasar o anúncio de seu candidato. Sem conseguir armar o próprio time, os oposicionistas prefeririam influir na jogada de Neto, rezando – e não existe palavra melhor – imensamente para que ele postergue o anúncio, a fim, principalmente, de ganharem tempo para conseguir viabilizar seus projetos e articulações em seu próprio grupo, no qual a ausência de um favorito é fator desagregador. Entre alguns aliados ou quase aliados, o motivo seria ligeiramente diferente, mas não ilegítimos. O atraso favoreceria a que aumentassem a pressão sobre Neto por acordos de apoio mais favoráveis a eles.

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