Oposição na Câmara Municipal rechaça acordo para aprovar reforma da Previdência; Rui é criticado
EXCLUSIVAS
Com a declaração do prefeito ACM Neto (DEM) nesta segunda-feira (23) de já ter iniciado conversas com os vereadores para envio de reforma da previdência à Câmara de Salvador, a oposição já se antecipa e rechaça acordo para aprovar a matéria. As conversas, conforme o Política Livre antecipou são de que Neto e o governador Rui Costa (PT), deixaram a rivalidade de lado e teriam selado uma espécie de pacto de paz para mobilizar suas bases políticas em prol da aprovação da reforma. Neste sentido, Neto chegou a declarar não ver incoerência alguma em colaborar com o PT, que agora corrige seu erro.
Contudo, se o discurso, ao menos inicialmente, colou na base de Neto na Assembleia Legislativa da Bahia aprovou a urgência para votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência que modifica regras do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos do estado, no Parlamento municipal Rui não tende ter a mesma facilidade. Além da resistência que o prefeito sofre no grupo, o posicionamento do gestor ‘contra’ os servidores tem sido bastante criticado pelos seus próprios aliados.
A comunista Aladilce Souza, por exemplo, elencou ter visto com muita estranheza esse acordo entre o governador e o prefeito que ocorreu na Assembleia Legislativa em torno de um projeto que, em sua opinião, só prejudica os servidores.
“O governador lamentavelmente se equivocou por não dialogar com os trabalhadores e mais uma vez se antecipa , pois ele tinha até junho e poderia ter debatido de forma tranquila, democrática”, pontuou, arrematando ainda lamentar que ele também tenha ignorado o documento do elaborado pelo Sindsefaz [Sindicato dos Servidores da Fazenda do Estado] , que apresenta várias propostas de ampliação da arrecadação, mas ele preferiu não dar nenhuma atenção”, enfatizou.
Conforme a vereadora, a sua esperança é que Rui reveja seu posicionamento que, ‘infelizmente’ pode resultar em grande prejuízo político para ele. “Afinal, estamos num governo democrático e ele, dessa forma, repete o mesmo posicionamento de um governo que tanto crítica, utilizado pelo chamado movimento de direita conservadora. “E dessa forma a revolta dos servidores é justificada”, pontuou.
E em relação à matéria que tende a chegar na Câmara de Salvador o quanto antes, com a corroboração do líder da oposição, vereador Sidninho (Podemos), Aladilce reforça ter esperança de que o debate entre os pares não seja atropelado, como ocorreu na Assembleia.
“Que possa ser estabelecido como o manda o regimento. Afinal, tanto no âmbito estadual quanto municipal as categorias estão há muitos anos sem reajustes e lamento que esse seja o presente de Natal tão amargo que chegam para elas, mas posso garantir que não participei de nenhum acordo e ainda que chegue algo neste sentido a mim não coadunarei com isso. Sou defensora da democracia e fica difícil a gente se comprometer com algo que a gente não esta entendendo e que não defende”, concluiu Aladilce.
Sidninho, por sua vez, além de relembrar que a oposição após muito custo conseguiu quebrar uma tradição histórica e passar a ter vez e voz na Casa, não se associará a nenhum tipo de acordo escuso que prejudique os trabalhadores, ainda que feito pelo governador.
“Sem falar que a prefeitura nunca dialogou conosco, senão via projetos de lei e vetos a nossas matérias. Portanto, isso tudo é no mínimo desrespeitoso aos nossos mandatos”, disparou, endossando que tudo será analisando de forma criteriosa e que a minoria não será manipulada.
Comentários
Postar um comentário