Defensor de Bendine é tratado como herói em jantar com advogados da Lava Jato
Foto: Estadão
Antônio Mariz de Oliveira, Alberto Toron e Marco Aurélio Carvalho em jantar do grupo Prerrogativas
O restaurante Rubaiyat, em São Paulo, recebeu na noite de quarta-feira, 28, mais de 200 advogados, vários deles com clientes envolvidos na Lava Jato, para um jantar em homenagem ao professor Juarez Tavares, considerado um dos maiores especialistas do Brasil em direito penal. Mas o assunto principal foi a decisão da 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou sentença do ex-juiz Sérgio Moro que condenava o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Ademir Bendine. No final, houve confusão quando dois homens hostilizaram o petista Fernando Haddad. O advogado Alberto Zacharias Toron, responsável pela defesa de Bendine, foi saudado com honras de herói pela maioria dos participantes do jantar. O clima era de euforia e de avaliação de que a decisão da 2ª turma do STF pode ser um divisor de águas na história da Lava Jato. O próprio Toron, ao Estado, avaliou que há uma mudança no ambiente do Judiciário, especialmente no STF. “O que eu acho é que há um clima diferente, e isso o ministro Gilmar Mendes deixou muito claro ao dizer que o Supremo falhou ao controlar arbitrariedades e abusos, e que o meio de controlar estas arbitrariedades é não estreitar o habeas corpus. Então, essa decisão enfatizou a importância do habeas corpus como elemento de controle da investigação e também da ação penal”, disse. A impressão de Toron e da maioria dos advogados ouvidos pelo Estado é de que o Supremo está ficando menos suscetível à “pressão popular”. “(O STF) Estava (decidindo conforme a pressão da opinião pública) lá atrás, hoje está decidindo conforme a Constituição”, disse Toron. O mestre de cerimônias, Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, organizador do jantar, comemorou ao microfone as decisões da 2ª turma do STF e do ministro Gilmar Mendes, que livrou o ex-ministro Guido Mantega de usar tornozeleira eletrônica. Ao chegar ao restaurante, o ex-presidente da OAB-SP Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, disse que já está passando um pente fino em todas as ações sob sua alçada para ver se a decisão da 2ª Turma se encaixa em alguma delas.
Estadão
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