Pular para o conteúdo principal

MPF denuncia André Vargas e mais três por lavagem de dinheiro

Já condenado a 14 anos de prisão na Lava Jato, ex-deputado petista é acusado de receber propina em contrato de informática da Caixa Econômica Federal

A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou à Justiça Federal o ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) e mais três acusados por lavagem de dinheiro a partir da contratação de uma empresa de informática pela Caixa Econômica Federal em 2013. O conteúdo da denúncia, apresentada no final de outubro, veio à tona nesta quinta-feira.
Caberá ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, decidir se acolhe a denúncia e torna réus, além de Vargas, seu irmão, Leon Vargas, o empresário Marcelo Simões e a ex-contadora do doleiro Alberto Yousseff, Meire Poza.
Segundo os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), em troca de propina, Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, influenciou politicamente a contratação da IT7 Sistemas Ltda., de Simões, pela Caixa para a prestação de serviços de suporte de informática. O final valor do contrato, superfaturado, conforme detectou o Tribunal de Contas da União (TCU), foi de 71,3 milhões de reais.
Para fazer com que a contrapartida em dinheiro sujo chegasse a suas mãos, o ex-petista pediu a seu irmão Leon que procurasse Alberto Youssef, “sobretudo porque conhecia de sua atuação como operador financeiro junto ao esquema da Petrobras e sua capacidade de lavar dinheiro”, afirma a força-tarefa da Lava Jato. O doleiro passou a Meire Poza, então seu braço-direito, a tarefa de operacionalizar a lavagem de 2,3 milhões de reais a serem repassados pela IT7 Sistemas.
Conforme os investigadores, a contadora se utilizou de duas de suas empresas de fachada, a Arbor Consultoria e Assessoria e a AJJP Serviços Administrativos, para emitir notas fiscais falsas à empresa de Marcelo Simões, justificadas por supostos serviços de consultoria tributária e contábil. O 2,3 milhões de reais pela empresa de informática, pagos em três parcelas em janeiro de 2014, foram destinados a André Vargas por meio de Leon Vargas.
Baseados, entre outras evidências, nas delações premiadas de Youssef e de um de seus entregadores de dinheiro, Rafael Ângulo Lopez, além dos depoimentos de Poza, os procuradores sustentam que o irmão de Vargas chegou a receber 1,6 milhão de reais no apartamento funcional do ex-deputado, em Brasília, em fevereiro de 2014. O Ministério Público Federal pede na denúncia o perdimento dos 2,3 milhões de reais pagos em propina no contrato da Caixa.
Preso em Curitiba desde abril de 2015, Vargas já foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão por Moro pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele recebeu cerca de um milhão de reais em propina de um contrato da agência de publicidade Borghi Lowe com a Caixa e o Ministério da Saúde. Seu irmão foi condenado a 12 anos e dez meses de prisão nesta ação penal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.