Pular para o conteúdo principal

François Fillon será candidato à Presidência da França

Católico conservador, Fillon quer um choque liberal 'radical', com a eliminação de meio milhão de empregos públicos e corte de € 110 bi em gastos públicos

O conservador François Fillon, de 62 anos, ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy, venceu com clara vantagem o segundo turno das primárias da direita francesa (Les Républicains) para a eleição à presidência em 2017 — de acordo com os resultados divulgados na noite deste domingo. Depois de uma surpreendente vitória no primeiro turno, Fillon, aparece com 66% dos votos, contra os 33% de seu oponente, o ex-premiê Alain Juppé, de 71, como revela a apuração de 10.000 das 10.228 seções eleitorais.
O ex-premiê de Sarkozy agradeceu aos eleitores, “que viram em sua abordagem os valores franceses, aos quais eles estão ligados: (…) a esquerda, é o fracasso, a extrema-direita, é a falência”. “A França não suportou seu declínio. Quer a verdade e quer atos”, declarou Fillon a uma multidão de simpatizantes que gritava seu nome. Juppé já parabenizou o rival pela vitória e anunciou seu apoio à sua candidatura.
Leia também
Sarkozy perde primárias e decide abandonar a política
Jihadistas presos na França fariam atentado em 1º de dezembro 
Bandidos realizam assalto milionário a irmãs turistas em Paris
“Felicito François Filon por sua ampla vitória. A primária transcorreu em boas condições e, como já havia me comprometido a fazer, dou, a partir desta noite, meu apoio a François (Fillon), meu apoio para a próxima eleição presidencial”, declarou, desejando-lhe sucesso em maio. Há uma semana, 4,3 milhões foram às urnas para o primeiro turno das primárias do partido. Fillon obteve 44,1% dos votos contra 28,5% de Juppé. O ex-presidente Nicolar Sarkozy ficou em um distante terceiro lugar.
Entre 4,2 e 4,6 milhões de pessoas foram às urnas, de acordo com estimativas da imprensa francesa, para eleger o candidato que – acredita-se – poderá enfrentar Marine Le Pen, da ultraconservadora Frente Nacional, em um eventual segundo turno das eleições em maio do ano que vem. Frente a uma esquerda governante impopular e dividida, o ganhador dessas primárias tem grandes possibilidades de se tornar o presidente da França, segundo pesquisas.
Plano de choque — Católico conservador, Fillon promete um plano de choque liberal “radical”, com a eliminação de meio milhão de empregos públicos e um corte de 110 bilhões de euros em gastos públicos para salvar um país em “declínio”. “A França precisa mudar de modelo econômico e social”, defende Fillon, grande admirador da “Dama de Ferro”, Margaret Thatcher.
Este homem de caráter austero também ganhou apoio com sua linha dura contra o terrorismo “jihadista”, o Islã e a migração, assim como por sua defesa dos valores familiares tradicionais. “A religião muçulmana deve aceitar o que todas as outras aceitaram no passado. O radicalismo e a provocação não têm lugar” na França, declarou na sexta-feira (25) durante seu último comício em Paris. Fillon venceu o primeiro turno das primárias, no último domingo, com 44% dos votos, 16 pontos à frente de Juppé. Desde então, recebeu o apoio dos principais líderes da direita, inclusive o do ex-presidente Nicolas Sarkozy.
Corrida ao Eliseu — O ganhador dessa disputa interna enfrentará nas eleições presidenciais um candidato socialista que ainda não foi definido e Marine Le Pen. O presidente socialista François Hollande, o mais impopular dos últimos 60 anos, com apenas 16% de aprovação, deve anunciar até 15 de dezembro se concorrerá a um novo mandato.
Segundo uma pesquisa divulgada última na sexta-feira (25), o primeiro-ministro de Hollande, Manuel Valls, tem mais popularidade do que o atual presidente. Em uma entrevista publicada neste domingo, Valls anunciou que não exclui se candidatar às primárias do Partido Socialista. A disputa acontece em janeiro.
As enquetes mostram que Le Pen lideraria o primeiro turno da eleição presidencial de 23 de abril com cerca de 30% dos votos, mas seria derrotada no segundo turno, em 7 de maio, pelo candidato da direita. Para o cientista político Jean-Yves Camus, na corrida presidencial, Fillon terá “de adaptar ligeiramente seu programa para atrair mais eleitores (…), sobretudo, nos temas socioeconômicos”.
(Com France-Presse)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p