Servidora do TRT é suspeita de desviar R$ 7 milhões de indenizações.
DE BRASÍLIA
Márcia de Fátima Pereira era considerada uma funcionária exemplar da 2ª Vara do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Brasília. Chegava pontualmente às 9h e saía, quase sempre, após o fim do expediente, às 18h.
Não se incomodava em ser a faz-tudo do local de trabalho: atendia advogados no balcão, organizava festas de aniversário e redigia ofícios para liberação de pagamentos ordenados pela Justiça.
Desde a semana passada, no entanto, Márcia de Fátima é a principal suspeita de ter desviado cerca de R$ 7 milhões de depósitos judiciais -- aqueles feitos para pagar indenizações determinadas pela Justiça trabalhista. A informação foi publicada pelo jornal "Correio Braziliense".
Segundo investigações preliminares da corregedoria do TRT, a funcionária encaminhava ofícios falsos ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, simulando ordens judiciais e indicando contas bancárias para pagamento de indenizações. Mas essas contas eram da própria funcionária, de seu companheiro e de parentes dela.
A Polícia Federal abriu uma investigação depois que fraude foi descoberta por acaso, no começo de dezembro. Em uma visita de rotina à vara, uma advogada percebeu que havia registros oficiais da liberação de um dinheiro que nunca chegou ao bolso de seu cliente e comunicou os chefes de Márcia de Fátima.
Depois de descoberta a fraude, um outro advogado informou ao tribunal que foi enrolado por mais de cinco meses pela funcionária sobre seus pagamentos.
A Justiça havia mandado liberar o dinheiro, mas a servidora alegava problemas burocráticos para cumprir a ordem. Na verdade, os valores já haviam sido transferidos para contas do esquema.
Mesmo com as investigações ainda em andamento, a Justiça ordenou o bloqueio de bens e contas bancárias dos envolvidos. Em uma das contas, havia R$ 3 milhões. Dez carros foram localizados em nome de suspeitos.
Márcia de Fátima está afastada do cargo que ocupava (assistente do diretor da vara) e há duas semanas não aparece no tribunal. Servidora da prefeitura de Luziânia (GO), ela foi cedida ao TRT em 2002 e desde 2006 trabalhava na 2ª Vara.
Os investigadores não descartam a participação de outras pessoas. Porém, o presidente do TRT, Ricardo Alencar Machado, acredita que foi um desvio individual. "Todos os servidores estão se sentindo traídos e chocados", diz.
Casa registrada em nome de Márcia de Fátima, em Sobradinho (DF), estava fechada anteontem. Ela não atendeu os telefonemas da Folha
DE BRASÍLIA
Márcia de Fátima Pereira era considerada uma funcionária exemplar da 2ª Vara do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Brasília. Chegava pontualmente às 9h e saía, quase sempre, após o fim do expediente, às 18h.
Não se incomodava em ser a faz-tudo do local de trabalho: atendia advogados no balcão, organizava festas de aniversário e redigia ofícios para liberação de pagamentos ordenados pela Justiça.
Desde a semana passada, no entanto, Márcia de Fátima é a principal suspeita de ter desviado cerca de R$ 7 milhões de depósitos judiciais -- aqueles feitos para pagar indenizações determinadas pela Justiça trabalhista. A informação foi publicada pelo jornal "Correio Braziliense".
Segundo investigações preliminares da corregedoria do TRT, a funcionária encaminhava ofícios falsos ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, simulando ordens judiciais e indicando contas bancárias para pagamento de indenizações. Mas essas contas eram da própria funcionária, de seu companheiro e de parentes dela.
A Polícia Federal abriu uma investigação depois que fraude foi descoberta por acaso, no começo de dezembro. Em uma visita de rotina à vara, uma advogada percebeu que havia registros oficiais da liberação de um dinheiro que nunca chegou ao bolso de seu cliente e comunicou os chefes de Márcia de Fátima.
Depois de descoberta a fraude, um outro advogado informou ao tribunal que foi enrolado por mais de cinco meses pela funcionária sobre seus pagamentos.
A Justiça havia mandado liberar o dinheiro, mas a servidora alegava problemas burocráticos para cumprir a ordem. Na verdade, os valores já haviam sido transferidos para contas do esquema.
Mesmo com as investigações ainda em andamento, a Justiça ordenou o bloqueio de bens e contas bancárias dos envolvidos. Em uma das contas, havia R$ 3 milhões. Dez carros foram localizados em nome de suspeitos.
Márcia de Fátima está afastada do cargo que ocupava (assistente do diretor da vara) e há duas semanas não aparece no tribunal. Servidora da prefeitura de Luziânia (GO), ela foi cedida ao TRT em 2002 e desde 2006 trabalhava na 2ª Vara.
Os investigadores não descartam a participação de outras pessoas. Porém, o presidente do TRT, Ricardo Alencar Machado, acredita que foi um desvio individual. "Todos os servidores estão se sentindo traídos e chocados", diz.
Casa registrada em nome de Márcia de Fátima, em Sobradinho (DF), estava fechada anteontem. Ela não atendeu os telefonemas da Folha
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