SÃO PAULO - Os países problemáticos da zona do euro, que já enfrentam dificuldades de financiamento com o aumento substancial no retorno que têm de pagar para vender seus bônus, terão meses difíceis pela frente. Em 2012, os vencimentos de dívidas soberanas dos principais países do bloco somam € 1,351 trilhão. Desse total, € 486 bilhões estão concentrados no primeiro trimestre do ano.
Os dados são de um relatório do Deutsche Bank, que considera os vencimentos de bônus e cupons, além dos títulos com vencimento inferior a um ano, das dívidas da Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Grécia, Áustria, Portugal, Finlândia e Irlanda.
A agência de classificação de rating Fitch disse que as dívidas com vencimento de médio e longo prazos na UE-15 terão alta anual de 19% em 2012. "As necessidades de refinanciamento são parte crescente das necessidades anuais de empréstimo para os governos europeus, após a acumulação de grandes estoques de dívidas públicas nos últimos anos", disse Douglas Renwick, diretor sênior da equipe de ratings soberanos da Fitch.
A expressão UE-15 refere-se aos 15 países originais do bloco: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Em 2012, o país com o maior volume de vencimentos de bônus é a Itália, com € 371 bilhões ao longo do ano. Em seguida vem a França, com € 309 bilhões, seguida da Alemanha, com € 249 bilhões. A Espanha precisa pagar € 145 bilhões.
O período mais crítico para os países da zona do euro, cujos governos enfrentam dificuldades de financiamento desde o início da crise grega, em meados de 2009, será o primeiro trimestre. Somente em fevereiro de 2012 os vencimentos de dívida da Itália somam € 63 bilhões. Para a Espanha, uma das maiores concentrações é em abril, quando vencem € 26 bilhões em dívidas.
Muralha. No relatório, o Deutsche Bank afirma que as operações de refinanciamento de longo prazo anunciadas em dezembro pelo Banco Central Europeu (BCE) devem ajudar os bancos a enfrentar uma "muralha de resgates" de dívidas corporativas em 2012, que totaliza € 578 bilhões. Desse total, € 268 bilhões vencerão no primeiro trimestre.
Em relação à "muralha de resgates" de bônus soberanos, porém, essas operações de liquidez não serão uma "bala de prata", alerta o banco alemão. Ao estender o limite das operações de liquidez para três anos, afrouxando também as exigências de colaterais para esses empréstimos, "o BCE deu um incentivo para os bancos comprarem ‘na barriga da curva’, dando alívio substancial para as condições de liquidez dos bônus soberanos".
O benefício, entretanto, não é igual para todos. Na Espanha, os problemas começaram nos bancos e afetam os mercados de bônus soberanos, enquanto na Itália o caminho é inverso: o estresse tem origem no mercado de bônus soberanos e afeta os bancos.
A análise do Deutsche Bank é comprovada pelos últimos leilões de bônus de Espanha e Itália, após as medidas do BCE. Em leilão realizado terça-feira, a Espanha vendeu € 5,64 bilhões em títulos de três e seis meses, acima da quantia pretendida e com forte queda nos retornos em relação à emissão anterior. Já no último leilão da Itália, no dia 14, o país vendeu o máximo pretendido na emissão de um bônus de cinco anos, mas pagou o maior retorno desde a implementação do euro, em janeiro de 1999.
Os dados são de um relatório do Deutsche Bank, que considera os vencimentos de bônus e cupons, além dos títulos com vencimento inferior a um ano, das dívidas da Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Grécia, Áustria, Portugal, Finlândia e Irlanda.
A agência de classificação de rating Fitch disse que as dívidas com vencimento de médio e longo prazos na UE-15 terão alta anual de 19% em 2012. "As necessidades de refinanciamento são parte crescente das necessidades anuais de empréstimo para os governos europeus, após a acumulação de grandes estoques de dívidas públicas nos últimos anos", disse Douglas Renwick, diretor sênior da equipe de ratings soberanos da Fitch.
A expressão UE-15 refere-se aos 15 países originais do bloco: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Em 2012, o país com o maior volume de vencimentos de bônus é a Itália, com € 371 bilhões ao longo do ano. Em seguida vem a França, com € 309 bilhões, seguida da Alemanha, com € 249 bilhões. A Espanha precisa pagar € 145 bilhões.
O período mais crítico para os países da zona do euro, cujos governos enfrentam dificuldades de financiamento desde o início da crise grega, em meados de 2009, será o primeiro trimestre. Somente em fevereiro de 2012 os vencimentos de dívida da Itália somam € 63 bilhões. Para a Espanha, uma das maiores concentrações é em abril, quando vencem € 26 bilhões em dívidas.
Muralha. No relatório, o Deutsche Bank afirma que as operações de refinanciamento de longo prazo anunciadas em dezembro pelo Banco Central Europeu (BCE) devem ajudar os bancos a enfrentar uma "muralha de resgates" de dívidas corporativas em 2012, que totaliza € 578 bilhões. Desse total, € 268 bilhões vencerão no primeiro trimestre.
Em relação à "muralha de resgates" de bônus soberanos, porém, essas operações de liquidez não serão uma "bala de prata", alerta o banco alemão. Ao estender o limite das operações de liquidez para três anos, afrouxando também as exigências de colaterais para esses empréstimos, "o BCE deu um incentivo para os bancos comprarem ‘na barriga da curva’, dando alívio substancial para as condições de liquidez dos bônus soberanos".
O benefício, entretanto, não é igual para todos. Na Espanha, os problemas começaram nos bancos e afetam os mercados de bônus soberanos, enquanto na Itália o caminho é inverso: o estresse tem origem no mercado de bônus soberanos e afeta os bancos.
A análise do Deutsche Bank é comprovada pelos últimos leilões de bônus de Espanha e Itália, após as medidas do BCE. Em leilão realizado terça-feira, a Espanha vendeu € 5,64 bilhões em títulos de três e seis meses, acima da quantia pretendida e com forte queda nos retornos em relação à emissão anterior. Já no último leilão da Itália, no dia 14, o país vendeu o máximo pretendido na emissão de um bônus de cinco anos, mas pagou o maior retorno desde a implementação do euro, em janeiro de 1999.
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